o que são não lugares?
Marc Augé define o não-lugar como o espaço vazio de características pessoais, anônimos no cotidiano. “O não-lugar é o contrário da utopia: existe e não alberga sociedade orgânica alguma. E que de dia para dia, acolhe cada vez mais pessoas” Augé, 2005.
Não-lugares, pelo meu entendimento, são lugares pelos quais passamos sem deixar rastro, sem deixar marca pessoal, como aeroportos, hotéis, rodoviárias, estações de trem e metrô, campos para refugiados, etc. São lugares de passagem, que, de acordo com Augé, são carregados com uma sensação de déjà vu, já que são praticamente iguais em todo o mundo.
quarta-feira, 16 de março de 2011
Desterritorialização
O que você entende por desterritorialização? De inicio, podemos ter uma idéia geográfica, de perda de território, como estamos vendo no Japão, onde esta sendo destruída e fazendo sumir algumas cidades em decorrência as catástrofes naturais como o terremoto.
Ou também podemos classificar desterritorialização como uma reforma política que recentemente tomou conta dos países do Oriente Médio e da África.
De fato, a desterritorialização pode ser denominada de várias formas, seja geográfica, histórica, política, psicológica ou humana.
Mas para Felix Guattari, a desterritorialização se da pelo homem contemporâneo, que é fundamentalmente um ser desterritorializado. Seus territórios existenciais originais, o corpo, espaço doméstico, clã, culto, não são mais postos em solo estável, mas integram-se desde agora em um mundo de representações precárias e em constante movimento.
Mas o que estaria ele querendo dizer com isso? De fato, pode ser o excesso de informação que estamos dividindo no nosso território, e com essa fluidez de informação tão rápida acabamos por não absorver nada. Temos tudo e nada ao mesmo tempo. Temos tudo, pois, estamos sempre com uma gama de informações, a mídia esta presente em nosso meio quer queira ou não, mas não conseguimos mais distinguir as coisas, pois estamos em constante movimento e a mídia também, bem mais acelerada que nós, pois cada dia surge novos acontecimentos, novas publicidades.
Porém somos escravos delas, mesmo que não nos damos conta ou a mínima atenção, a nossa forma de pensar, agir, comportar-se vai de acordo com o que a mídia nos impõe. Perdemos até mesmo nossas raízes culturais, em decorrência a toda essa informação e a globalização, sim, pois a globalização favoreceu a esse processo de desterritorialização, antes as pessoas só tinham acesso a notícias locais, hoje em dia, sabemos no mesmo minuto o que esta acontecendo do outro lado do mundo, e uma divisão de culturas, valores e nos tornamos um só tipo de gente, independente da localização, sempre procuramos agir de acordo com o que está sendo vivenciado naquele momento, e não questionamos isso, apenas nos deixamos levar pelo som da música.
Parece que mesmo com essa riqueza de divisão de conhecimento de informações, nós nos encontramos assim, seres vazios e efêmeros, estamos em constante movimento, tanto no físico como no comportamento que muda diariamente, como se não tivéssemos mais nenhuma raiz com nosso local nem nossa cultura. Então quem somos nós? Nós não temos mais um ponto de referência, somos como carros em um constante fluxo de movimento, nada vemos, nada sentimos, apenas seguimos sem deixar quaisquer rastros. A conseqüência, é a desarticulação do sujeito, não conhecemos mais nosso lugar no mundo, o espaço público e desmontado. Onde antes havia concentração de indivíduos, hoje há dispersão.
Eu vejo de uma forma meio pessimista tudo isso, porque se pararmos para nos dar conta, não sabemos muito bem o que estamos fazendo aqui, somos seres perdidos no meio dessa imensidão de informações, muitas horas nos deparamos com uma pergunta, “afinal, quem sou?”, isso porque a cada dia estamos convivendo um com os outros de uma forma mais vazia ou não sentimental, estamos sempre correndo, com pressa, de passagem, raramente paramos ou conversamos por um longo tempo um com o outro, somos todos seres desterritorializados.
E a desterritorialização é característica da sociedade global moderna, não podemos nos assustar nem evitá-la, pois é uma realidade que se concretiza a cada dia, claro que dependendo da região com maior ou menor intensidade, cabe a nós apenas saber como vivenciá-la.
Por Luciana de Carvalho
Ou também podemos classificar desterritorialização como uma reforma política que recentemente tomou conta dos países do Oriente Médio e da África.
De fato, a desterritorialização pode ser denominada de várias formas, seja geográfica, histórica, política, psicológica ou humana.
Mas para Felix Guattari, a desterritorialização se da pelo homem contemporâneo, que é fundamentalmente um ser desterritorializado. Seus territórios existenciais originais, o corpo, espaço doméstico, clã, culto, não são mais postos em solo estável, mas integram-se desde agora em um mundo de representações precárias e em constante movimento.
Mas o que estaria ele querendo dizer com isso? De fato, pode ser o excesso de informação que estamos dividindo no nosso território, e com essa fluidez de informação tão rápida acabamos por não absorver nada. Temos tudo e nada ao mesmo tempo. Temos tudo, pois, estamos sempre com uma gama de informações, a mídia esta presente em nosso meio quer queira ou não, mas não conseguimos mais distinguir as coisas, pois estamos em constante movimento e a mídia também, bem mais acelerada que nós, pois cada dia surge novos acontecimentos, novas publicidades.
Porém somos escravos delas, mesmo que não nos damos conta ou a mínima atenção, a nossa forma de pensar, agir, comportar-se vai de acordo com o que a mídia nos impõe. Perdemos até mesmo nossas raízes culturais, em decorrência a toda essa informação e a globalização, sim, pois a globalização favoreceu a esse processo de desterritorialização, antes as pessoas só tinham acesso a notícias locais, hoje em dia, sabemos no mesmo minuto o que esta acontecendo do outro lado do mundo, e uma divisão de culturas, valores e nos tornamos um só tipo de gente, independente da localização, sempre procuramos agir de acordo com o que está sendo vivenciado naquele momento, e não questionamos isso, apenas nos deixamos levar pelo som da música.
Parece que mesmo com essa riqueza de divisão de conhecimento de informações, nós nos encontramos assim, seres vazios e efêmeros, estamos em constante movimento, tanto no físico como no comportamento que muda diariamente, como se não tivéssemos mais nenhuma raiz com nosso local nem nossa cultura. Então quem somos nós? Nós não temos mais um ponto de referência, somos como carros em um constante fluxo de movimento, nada vemos, nada sentimos, apenas seguimos sem deixar quaisquer rastros. A conseqüência, é a desarticulação do sujeito, não conhecemos mais nosso lugar no mundo, o espaço público e desmontado. Onde antes havia concentração de indivíduos, hoje há dispersão.
Eu vejo de uma forma meio pessimista tudo isso, porque se pararmos para nos dar conta, não sabemos muito bem o que estamos fazendo aqui, somos seres perdidos no meio dessa imensidão de informações, muitas horas nos deparamos com uma pergunta, “afinal, quem sou?”, isso porque a cada dia estamos convivendo um com os outros de uma forma mais vazia ou não sentimental, estamos sempre correndo, com pressa, de passagem, raramente paramos ou conversamos por um longo tempo um com o outro, somos todos seres desterritorializados.
E a desterritorialização é característica da sociedade global moderna, não podemos nos assustar nem evitá-la, pois é uma realidade que se concretiza a cada dia, claro que dependendo da região com maior ou menor intensidade, cabe a nós apenas saber como vivenciá-la.
Por Luciana de Carvalho
segunda-feira, 14 de março de 2011
Flâneur
O poeta e dramaturgo francês Charles Baudelaire, surgiu com o termo Flâneur para caracterizar o cidadão-obervador, presente na cidade de Paris, que participa do desenvolvimento da cidade mais do que um habitante comum. O flâneur aje como uma chave no entendimento e na construção da cidade através da minunciosa observação de todos os aspectos físicos, sociais e antropológicos que nela acontecem.
Após a Revolução Francesa, Baudelaire percebeu que os novos padrões da sociedade entravam em choque com a antiga forma de criação de arte, e considerou que esta contrastava com a então vida moderna. As mudanças trazidas pela industrialização requeriam que o artista mergulhasse na metrópole a fim de conhecê-la mais a fundo do que o que já era conhecido pelo cidadão mediano.
Abaixo uma ilustração em vídeo do que pode ser considerado o flâneur no mundo moderno.
Após a Revolução Francesa, Baudelaire percebeu que os novos padrões da sociedade entravam em choque com a antiga forma de criação de arte, e considerou que esta contrastava com a então vida moderna. As mudanças trazidas pela industrialização requeriam que o artista mergulhasse na metrópole a fim de conhecê-la mais a fundo do que o que já era conhecido pelo cidadão mediano.
Abaixo uma ilustração em vídeo do que pode ser considerado o flâneur no mundo moderno.
Hipertexto por Pierre Lévy
Pierre Lévy, parte da ideia de que o hipertexto é uma definição anterior às novas mídias, pois faz parte da própria lógica humana do pensamento. Para melhor entendimento e concepção, Pierre Lévy organizou seis critérios para a caracterização dos hipertextos.
1º Princípio da metamorfose: é o processo de constante construção e renegociação de sentidos que se dá nos hipertextos.
2º Princípio da heterogeneidade: tanto as informações organizadas em uma determinada seção de um hipertexto(imagens, sons, textos) como as conexões que se estabelecem entre as diversas partes dele(critérios lógicos, afetivos, ocasionais, etc.), têm um caráter extremamente heterogêneo.
3º Princípio da multiplicidade e de encaixe das escalas: o hipertexto se organiza de forma 'fractal', ou seja, cada nó ou conexão pode revelar uma rede de novos nós ou conexões e cada novo nó pode apresentar outro universo de conexões e assim por diante.
4º Princípio de exterioridade: a construção, definição e manutenção da internet dependem de múltiplas interações, conexões entre pessoas e equipamentos.
5º Princípio da topologia: nos hipertextos tudo funciona pro proximidade, o curso dos acontecimentos é uma questão topológica, relacionada a construção de caminhos.
6º Princípio da mobilidade dos centros: a rede tem uma estrutura com múltiplos e móveis centros, que se organizam de acordo com o fluxo da narrativa e da leitura.
1º Princípio da metamorfose: é o processo de constante construção e renegociação de sentidos que se dá nos hipertextos.
2º Princípio da heterogeneidade: tanto as informações organizadas em uma determinada seção de um hipertexto(imagens, sons, textos) como as conexões que se estabelecem entre as diversas partes dele(critérios lógicos, afetivos, ocasionais, etc.), têm um caráter extremamente heterogêneo.
3º Princípio da multiplicidade e de encaixe das escalas: o hipertexto se organiza de forma 'fractal', ou seja, cada nó ou conexão pode revelar uma rede de novos nós ou conexões e cada novo nó pode apresentar outro universo de conexões e assim por diante.
4º Princípio de exterioridade: a construção, definição e manutenção da internet dependem de múltiplas interações, conexões entre pessoas e equipamentos.
5º Princípio da topologia: nos hipertextos tudo funciona pro proximidade, o curso dos acontecimentos é uma questão topológica, relacionada a construção de caminhos.
6º Princípio da mobilidade dos centros: a rede tem uma estrutura com múltiplos e móveis centros, que se organizam de acordo com o fluxo da narrativa e da leitura.
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