segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Imagem Eletrônica

Antes das fotografias, podia-se ter como conceito de imagem os desenhos, esculturas
de antigamente.
Sua utilização era simples: o retrato ou representação de uma imagem real.

Fato curioso para publicitários é que sua utilização antigamente podiam ser de panfletos na época medievalpara informar consumidores a um produto ou serviço.

Com a entrada da fotografia em 1826, o foco da comunicação foi ampliado, não mais se restringindo a somenteuma representação de uma imagem real.
A arte e criatividade acaba podendo ser expressada; comunicada para as pessoas com esse interesse.

Diante a rápida evolução das tecnologia e comunicação, os recursos expandiram sua capacidade de acesso.
Hoje, a tecnologia nos proporciona essas mesmas técnicas analógicas, de um modo digital
As imagens agora puderam ser geradas através de dispositivos tecnologicos que processam essas informações em um meio virtual.

A televisão, o cinema, a internet e novas midias emergentes podem ser citadas como exemplos para a divulgação dessas imagens eletrônicas.

No vídeo abaixo, pode-se compreender melhor um exemplo de imagem eletrônica, usando tecnologia recente, sendo utilizada na comunicação através de propaganda.

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Greenbuilding

O arquiteto Sidônio Porto fala sobre as construções verdes podem contribuir pro mundo sustentável. Materiais que absorvem calor, canalizar correntes de ar, reaproveitar a água, etc.

http://www.youtube.com/watch?v=dAdfpIOInGo

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

A Origem - Atual e Virtual

Júlio César Alves Lopes 24AB


“A Origem” é mais um filme que trata de uma maneira excelente a percepção da realidade, fazendo os personagens do filme e os próprios telespectadores se perguntarem sobre o que é o atual e o que é virtual, representado no filme como o mundo dos sonhos. Durante o sono de “A Origem”, a relação atual/virtual é totalmente instável, com perigo de terremotos e outras catástrofes dependendo não só da imaginação, mas também da condição física e ambiental de quem sonha, como podemos ver em várias cenas onde o mundo virtual criado sofre alterações quando o corpo adormecido do sonhador passa por alguma situação fora do normal de um sonhador, que seria, no caso, seu corpo em repouso. Podemos muito bem identificar a presença do conceito de Virtual no filme, como algo que não é concreto. Virtual é tudo aquilo que não é palpável, geralmente alguma abstração de algo real, ou seja, o mundo criado nos sonhos.

O filme é dirigido e também escrito por Christopher Nolan, que achou interessante falar sobre a dúvida entre sonho/realidade, quando sabemos que a experiência é sonho, e quando o confundimos com a vida acordada. No mundo dos sonhos as possibilidades são íntimas e infinitas, e a partir daí sempre surgem às dúvidas “quem nunca pensou ter sonhado algo que aconteceu? Quem nunca acordou e continuou o mesmo sonho quando voltou a dormir? Quem nunca sonhou com o barulho que escutava enquanto dormia?”. O filme pega questões factuais do nosso sonho e o aplica de forma extrema no filme, por isso parece tão chocante, pois é algo que nós também passamos durante toda a nossa vida enquanto sonhamos.

Cobb (Leonardo DiCaprio), o personagem principal, trabalha invadindo os sonhos das pessoas, descobrindo onde eles guardam seus segredos mais valiosos, para depois disso, roubá-los. Para não ficarem presos no mundo dos sonhos, cada um devia ter um acessório, o totem, que os ligasse ao mundo real, atual. Como o mundo virtual é muito íntimo, o personagem principal é atormentado pela imaginação de sua mulher, que o persegue, misturando as lembranças pessoais de Cobb a seus objetivos profissionais. A missão principal do filme trata-se de um trabalho que Cobb fará para o empresário japonês Saito (Ken Watanabe), onde Cobb não precisará apenas roubar um segredo no sonho de alguém, ele terá, através do sonho, que implantar uma nova ideia num ser humano, enfrentando toda a psique do mesmo até conseguir fazê-lo, correndo o risco de ficar para sempre preso no limbo. No final, após concluir completamente a missão, Cobb recebe como pagamento a chance de entrar nos Estados Unidos, país o qual era procurado pelo assassinato da sua esposa Mal (Marion Cotillard), então vai ver seus filhos novamente. Quando os encontra, ele sai com os filhos e o foco fica no seu totem, um peão, que está rodando sobre a mesa e acaba deixando a dúvida para o telespectador, que não sabe se o peão caiu ou continuou rodando, ou seja, acabamos não sabendo se a cena acontecia no mundo atual ou no mundo virtual, já que seu totem já não tinha utilidade, pois todos já haviam visto, e até tocado, perdendo sua característica única.


“Os sonhos parecem reais enquanto estamos dentro deles.
Apenas quando acordamos nos damos conta de que eles foram,
na verdade, muito estranhos.” Dom Cobb, em Inception

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Minha casa, lugar de passagem

O filme 'O Terminal' conta a história de um cidadão vindo de um país chamado Krakozhia. Após desembarcar no Aeroporto JFK, nos Estados Unidos, Viktor Navorski (Tom Hanks) fica sabendo que houve um golpe militar em sua terra natal, e a situação é caótica. Para a administração do Aeroporto, enquanto esse país estiver em guerra, não será reconhecido como nação pelo governo norte-americano. Navorski então, com seu passaporte e visto inválidos, passa a ser classificado como um ‘inaceitável’ para o sistema, um sem-pátria, um cidadão de lugar nenhum, tendo seu visto de entrada anulado pelo Departamento de Estado.

Navorski passa a ‘morar’ no Aeroporto, fazendo desse ‘não lugar’ sua nova casa. Antes um local de passagem, de eterno trânsito para milhões de pessoas, passa a ser para ele um lugar de permanência. Em um aeroporto, não existe tempo para socialização. Entre idas e vindas, as pessoas não sabem mais se estão indo ou chegando.

Não existe mais a rotina da vida, dos turnos. Existe a vida cronometrada pelo relógio dos painéis de voos e decolagens, onde sempre algo está atrasado ou cancelado. A ‘flânerie’, ou seja, o ato de observar atentamente o cotidiano da cidade aparece diversas vezes durante o filme. Em sua situação singular, o personagem passa a ver o cotidiano de outras formas. Entre formulários de imigração, declarações da Alfândega e o trafego incessante de pessoas, ele parece alheio e ao mesmo tempo atento ao passar da multidão. O seu ‘flanar’ consiste em perceber o novo mundo através, por exemplo, das pessoas na praça de alimentação, e também tentar decifrar o máximo de imagens sobre o conflito na Krakozhia através dos telejornais. Até mesmo se comunicar tornou-se difícil, devido à barreira linguística imposta a ele. Por um momento ele se encontra sozinho na multidão, nesse novo mundo mediado pelas placas informativas, painéis eletrônicos e sinais luminosos.

Sempre paciente e de certa forma inocente perante o mundo agitado, Viktor Navorski acaba se tornando o Herói observador, pois ao mesmo tempo em que possui olhos para analisar as pessoas, os tem também para interferir no cotidiano. O Aeroporto virou seu Templo da observação, tanto por ele visto como também sendo alvo dos olhares dos policiais e das inúmeras câmeras de segurança, nesse ambiente de total vigilância. O personagem mostra certo estranhamento inicial em saber que está sendo filmado, mas depois parece sentir que isso é ‘normal’, dentro dessa sociedade.

Outros personagens da trama também exercem formas de observar. Vemos o zelador indiano Gupta, que se diverte vendo os passantes escorregarem no chão molhado que ele limpou, e ainda, que observa Navorski porque pensa se tratar de um espião a serviço do Governo. Vemos ainda o comissário geral Dixon, que ocupa o mais alto posto dentro do Aeroporto JFK, com os olhos eletrônicos das câmeras de vigilância. Ainda o encarregado da comida, Enrique Cruz, admirador secreto da oficial de policia Torres, que pede a Navorski que consiga informações sobre ela em troca de comida.

Observar. É essa a grande questão do filme. O protagonista, ao flanar pelo Aeroporto, aprendeu a viver durante nove meses de sua vida, enquanto esperava por uma resolução do conflito em seu país para que pudesse realizar o sonho de seu pai. Foi flanando também que encontrou uma forma de conseguir dinheiro para comprar comida. Foi flanando pelas lojas que ele aprendeu a ler, comparando guia turísticos em inglês com os guias de sua língua pátria. Percebe-se na construção das personagens essa ‘desterritorialização’, como no diálogo de Navorski com um passante, no banheiro do terminal:

“– Já se sentiu como se morasse num aeroporto?”

Também aparece no diálogo com Amelia Warren (Catherine Zeta Jones), a paixão de Navorski:

“- Eu moro aqui, assim como você.”

Todos têm essa sensação, a de não saber se estão indo ou estão voltando. De nenhum lugar para lugar nenhum, como Navorski, o Herói observador.

sábado, 10 de setembro de 2011

Filme “O Terminal” – Não Lugar

No filme "O Terminal" o personagem Viktor Navorski, um cidadão da Europa Ocidental, que viajava para Nova York. Enquanto viajava, seu país, a Krakozhia, sofre um golpe de Estado, o que leva seu passaporte a ser invalido. Assim, ele não poderia entrar na cidade de Nova York para realizar um sonho de seu pai e começou a morar dentro do aeroporto, fez daquele não lugar o seu lugar de sobrevivência.


O aeroporto costuma ser um não lugar para muitos, apenas um lugar de passagem, um local de ficar poucos minutos, mas para Viktor aquele não lugar se tornou o seu único lugar, ele aprendeu a sobreviver naquele espaço, encontrou uma forma de ganhar dinheiro e comer, fez amizades, se apaixonou por uma aeromoça. Mas o aeroporto também é um lugar, outras pessoas moravam lá ou passavam muito tempo naquele local, em uma parte do filme podemos ver bem isso quando a aeromoça pergunta para Viktor aonde ele morava e ele respondeu que morava no aeroporto, ela sorriu e disse que sabia bem o que era isso, porque ela passava muitas horas naquele local e que as vezes o aeroporto costumava ser a sua segunda casa.


Aquele não-lugar para Viktor poderia ter sido um local nada agradável, mas ele tentou de todas as formas tornar aquele ambiente do aeroporto o mais agradável possível. Para piorar a situação de Viktor o coordenador do aeroporto que era "rei" naquele local, começou a implicar com Viktor, mas o bom homem Viktor não quis confusão em momento algum, ele apenas não queria ser desonesto e sair do aeroporto sem autorização, então permaneceu lá por alguns meses.

Flâneur X O Terminal

O filme "O Terminal" mostra a história, baseada fatos reais, de um homem que tenta visitar os E.U.A., mais especificamente Nova York, e realizar um sonho.

Mas durante o vôo de ida do sua cidade natal, ocorre um golpe de estado, e ao chegar no aeroporto em NY, ele tem sua entrada negada e ao mesmo tempo não pode retornar ao seu pais, pois ele "não existe mais".

Obrigado a permanecer no aeroporto ate que a crise em seu pais acabe, ele faz do aeroporto a sua casa, sua cidade.

Tendo a teoria flâneur como base para comparar. Ele é obrigado a observar, experimentar, o que seria somente um lugar de passagem rápida, que normalmente as outras pessoas não reparam por ser da rotina. O que o leva a conhecer o aeroporto como poucos, sendo mais que um simples passageiro, ele passa a morar, comer, fazer as coisas do dia a dia. Valoriza as coisas mais simples que estão ao seu redor.

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Nenhum Lugar ou Lugar Nenhum?

O filme “O Terminal” conta uma história interessante sobre um sujeito chamado Viktor Navorski. Durante o vôo que o levava aos EUA, Krakozhia, sua cidade natal, sofreu um golpe de estado e “deixou de existir”. Ao chegar à América, seu passaporte tornou-se sem efeito, logo, não poderia adentrar em território americano. Mas também não poderia retornar à sua pátria, pois ela havia “deixado de existir”. Sem alternativas, Navorski torna o aeroporto sua moradia.

E o que este filme tem haver com o conceito de flanêur? Flanêur, para quem não sabe, é aquele ser que anda pelo mundo observando-o, experimentando-o. Em outras palavras, fazendo da rua seu lar. Bom, agora ficou fácil encontrar a “intimidade” deste ser flanêur com o personagem vivido por Tom Hanks. Navorski, sem outras opções, acaba tornando o aeroporto, local que, por muitos, é apenas de passagem, ou seja, um não-lugar, em seu próprio lugar. Local onde se alimenta, dorme, trabalha...

Este filme nos faz repensar um pouco, e nos faz enxergar o mundo de outra forma. Com ele, podemos descobrir novas formas de usufruir do mundo que nos cerca e o mais importante, aprendemos a olhar, não só para as paisagens, mas para aqueles que nos cercam.

Nenhum Lugar ou Lugar Nenhum?

O filme “O Terminal” conta uma história interessante sobre um sujeito chamado Viktor Navorski. Durante o vôo que o levava aos EUA, Krakozhia, sua cidade natal, sofreu um golpe de estado e “deixou de existir”. Ao chegar à América, seu passaporte tornou-se sem efeito, logo, não poderia adentrar em território americano. Mas também não poderia retornar à sua pátria, pois ela havia “deixado de existir”. Sem alternativas, Navorski torna o aeroporto sua moradia.

E o que este filme tem haver com o conceito de flanêur? Flanêur, para quem não sabe, é aquele ser que anda pelo mundo observando-o, experimentando-o. Em outras palavras, fazendo da rua seu lar. Bom, agora ficou fácil encontrar a “intimidade” deste ser flanêur com o personagem vivido por Tom Hanks. Navorski, sem outras opções, acaba tornando o aeroporto, local que, por muitos, é apenas de passagem, ou seja, um não-lugar, em seu próprio lugar. Local onde se alimenta, dorme, trabalha...

Este filme nos faz repensar um pouco, e nos faz enxergar o mundo de outra forma. Com ele, podemos descobrir novas formas de usufruir do mundo que nos cerca e o mais importante, aprendemos a olhar, não só para as paisagens, mas para aqueles que nos cercam.

O terminal

No filme O Terminal, Viktor Navorsk (vivido por Tom Hanks) não imaginava que uma viagem poderia mudar tanto a sua vida. Durante um vôo aos Estados Unidos, ocorre um golpe de estado em seu país de origem e ele é informado de que, devido ao conflito, não pode nem entrar nem sair do aeroporto. Terá de esperar no terminal até que a guerra em seu país acabe. E ele realmente espera e espera tanto que o aeroporto acaba virando a sua própria casa.



Podemos ver claramente o conceito de não-lugar e de Flâneur (que significa "uma pessoa que anda na cidade, a fim de experimentá-lo"), neste filme. Vicktor é sujeito a viver em um terminal do aeroporto que está em construção, porém o aeroporto é um lugar de passagem, onde não permanecemos muito tempo, tornando-se assim um não-lugar para muitos, mais um lar para Vicktor. Ele foi sujeito a permanecer no aeroporto durante nove meses, até o seu país sair de guerra. Vale lembrar que esse filme é baseado em fatos reais.

Filme "O terminal", conceito Flâneur e o Não-Lugar


           
 O filme conta história de Viktor Navorski, um homem que sai de sua cidade natal, Krakozhia
(fictícia), para os EUA, ao chegar ao seu destino ele se encontra na seguinte situação: enquanto voava, Krakozhia sofreu um golpe de Estado e teve o seu poder tomado, perdendo assim o seu reconhecimento de nação por parte dos EUA. Viktor encontra-se, sem culpa alguma, em um embate diplomático: não pode voltar ao seu país de origem, visto que ele "não existe" mais e não pode pisar fora do aeroporto pois não tem visto para entrar nos EUA. Sem saída, ele decide fazer do terminal do aeroporto seu ar provisório. A partir dessa decisão (ou melhor, falta de opção) de fazer do terminal do aeroporto seu lar podemos analisar o conceito flâneur presente no filme e do Não-Lugar
Segundo Charles Baudelaire flâneur seria aquele que anda pela cidade para observá-la, experimentá-la.



         Podemos dizer que o aeroporto, para a maioria das pessoas é um lugar de transição, por onde  elas passam sem que haja uma identificação  (conceito de não-lugar) porém para o Viktor o aeroporto passa a ser justamente o contrário do que é para a maioria, passa a ser seu lar e seu "trabalho", além de ser uma janela para que ele pudesse perceber o que estava a cidade em que se encontrava.

A adaptação ao mundo flaneuriano.




A relação entre o filme e o olhar flâneur, é que em ambos ocorre a adaptação ao mundo em que vivemos. O flâneur e ser que observa o mundo que o cerca de maneira real e descritiva, levando a vida a para cada lugar que vê. O flâneur descreve as cidades, as ruas, os becos, o externo.
Desvincula-se do particular, recrimina o privado, de forma a ver a rua como lar, refúgio e abrigo. Este sentimento flaneuriano reflete a necessidade de segurança do indivíduo, a necessidade de identificação dele para com a sociedade. A rua é seu lar seu mundo. Ali nada é estranho ou prejudicial. O flâneur é um fotógrafo. Pórem além de imagens ele registra idéias, sentimentos e atitudes. Descreve tudo com perfeição e carinho. Ama o mundo exterior e dele faz seu ideal profissional e emocional. Este é o olhar fâneur do século XIX, que representou a angústia da Revolução Industrial e que encaixa-se também sobre olhar flâneur do filme O Terminal.
Pois no filme Viktor Navorski (Tom Hanks), vive praticamente o mesmo, tento o terminal como sua casa, seu lar, passando por adaptações e começando a ver o terminal de maneira diferente, assim ele começa a desvendar o complexo mundo do terminal onde estar preso, tendo seu olhar fâneur sobre ele, começando a perceber coisas nas quais ninguém mais percebe, por passar rápidamente por ele. E nao é apenas o ser que adapta-se ao local, o local também adapta-se ao ser, como retrata o filme no momento em que os remédios de um dos passageiros é apreendido e ele começa ameaçar vários funcionários, mas ninguem entende o que ele fala, pois sua língua era diferente, mas o Viktor entende e consegue resolver tudo, havendo uma adaptação do ser local ao ser também. Ao meu ponto de vista, diria que olhar flâneur é o mundo no qual eu enxergo e vivo ao meu modo, adaptando-se a cada dia á algo novo.

Lugar ou Não-Lugar?

O filme The Terminal (O Terminal) conta a historia de Viktor Navorski, cidadão de um país fictício chamado Krakozhia, localizado no leste Europeu. Durante a viagem para Nova York, o país de Viktor irrompe em um golpe, tornando-o um cidadão sem nação. Sem autorização para entrar nos Estados Unidos e sem pátria para a qual retornar, o único jeito é passar dias e noites no salão de trânsito internacional do terminal Kennedy.

Seguindo o conceito proposto pelo antropólogo francês, Marc Augé, o não-lugar é um espaço de passagem incapaz de dar forma a qualquer tipo de identidade. Poder-se-ia dizer que Viktor passou a viver em um não-lugar? Ou primeiramente, seria possível alguém viver em um local isento de qualquer construção de identidade local?

O que o filme propõe é que mesmo não lugares são passiveis de identidade. Ao passar dias e noites no terminal de transito, Viktor descobre (ou seria melhor dizer, redescobre) o complexo universo local, com uma identidade contraditória (repleta de generosidade, ambição, divertimento, status e acasos) construída por passantes e por ele mesmo.






O terminal.


O filme conta a história de um homem que faz uma viagem de sua cidade para os EUA. Porém o mesmo não sabia que enquanto estava viajando sua cidade sofria um golpe de estado e teve seu poder tomado, e perdeu o reconhecimento de nação por parte dos EUA. O homem que estava viajando fica apavorado com o seguinte problema : o mesmo nem poderia sair do aeroporto dos Estados Unidos por não ter nacionalidade,como também não poderia voltar pois teoricamente seu país não existe mais e esta em guerra.

A relação que de Flãneur que podemos fazer com o filme é que o aeroporto é um lugar freqüentado diariamente por todos os tipos de pessoas das mais variadas classes. O personagem do filme se adapta aquele tipo de local e “sobrevive” naquelas devidas condições.

O flãneur faz o papel de personagem, observando tudo e todos que estão a sua volta na rotina do aeroporto. E mesmo que ele tenha ficado preso no aeroporto ele se realiza em várias ações e ajudas que consegue realizar.

A mudança: Não lugar passa a se tornar lugar.


Em "O Terminal", filme dirigido por Steven Spielberg, podemos trabalhar mais a fundo o conceito de "não-lugar".

Basicamente, o filme conta a história de um cidadão que viaja para Nova York, mas não consegue entrar no país. Sem poder voltar para seu país, Viktor improvisa um novo "lar" no aeroporto. Passam-se meses até que sua situação enfim volte ao normal. Neste meio tempo Viktor faz algumas adaptações para conseguir sobreviver no terminal, como por exemplo, tomar banho na pia, juntar cadeiras para formar uma cama, trabalha junto aos operários na manutenção do próprio aeroporto para conseguir comprar comida. Parece cômica essa transformação do não lugar para lugar, pois não é algo convencional. Conhece muitas vezes pessoas estranhas, de diferentes países e que estão apenas de passagem em um espaço nem um pouco familiar.

Hoje em dia vivemos mais em não-lugares do que em nossa própria casa. Somos bombardeados ao longo de um dia inteiro, sendo tudo muito veloz. Velocidade essa que está nos deixando cada vez mais sem o “lugar comum”, sem nos “fixarmos” ou pararmos para um descansinho de 5 minutos. Devido a velocidade que tudo percorre e do fluxo de informações, vivemos e estamos cada vez mais nos espaços públicos, o que nos coloca sempre em uma situação de passagem. Almoçamos em restaurantes, lemos e fazemos novas amizades nos ônibus, dormimos em filas de espera, ligamos o nosso notebook em banquinhos da universidades e assistimos televisão em salas de espera... Os não lugares deram nova forma ao mundo, mas o retorno ao lugar é imprescindível.

Não lugar?


“O Terminal” nos leva a uma viagem para conhecer justamente o lugar que deveria ser ponto de partida para várias outras. Viktor Navorski, vivido pelo digníssimo ator Tom Hanks, ao ter seu pedido de entrada nos EUA negado, conhece e nos faz conhecer um novo mundo dentro do aeroporto onde fica preso. O lugar de rápida estada para tantas pessoas, o que chamamos de “não lugar”, se transforma em lar para este homem.

Lá, atingindo todos os graus de "flanêur" (conceituado como sujeito que experimenta um determinado lugar, passeio) ele passa a sobreviver através de pequenos trabalhos, dorme improvisando uma cama com as cadeiras da sala de embarque e até aprende um pouco da língua nativa, aproveitando o tempo livre para ler. Também acaba conhecendo uma bela aeromoça, por quem se apaixona no decorrer do filme. Ela, muito ligada ao mundo corrido, jamais poderia entender o aeroporto como um lugar. A moça passa sempre por ali e enxerga o mesmo que a maioria: pessoas com pressa, horários e conforto ideal apenas para o tempo necessário de esperar viagens.

Enfim, o filme retrata o desespero de um homem que se vê preso num “não lugar”, a possibilidade de transformar um lugar de passagem em lugar para viver e a incessante luta pelo direito de liberdade.

Cidade x Terminal


A cidade nao é apenas sua estrutura concreta, pois, só existe de fato na medida em que interage com indivíduos que a habitam e, sendo assim, deve ser pensada através das relações que nela são produzidas, sejam elas de ordem social, cultural, políticas, comunicativa, etc. Assim, quando o homem atua no ambiente urbano, ele dá ao mesmo nao apenas um uso, mas um significado. Há portanto uma interrelação entre o usuário e a cidade.
O filme O Terminal nos convida a pensar esse jogo de identidades gerado pelo espaço do aeroporto - inserido no espaço da cidade - e pelas relações nele produzidas, dialogando assim com a perspectiva pós-moderna da produção de "nao-lugares" ou lugares de passagem sem vínculo identitário e afetivo.

O passageiro fixo


Imagine só, você resolve fazer uma viajem para outro país e durante o vôo sua nação sofre um golpe de Estado e tem o seu poder tomado. Você perde a nacionalidade pelo fato de o país estar em guerra e sem visto para adentrar ao solo estrangeiro torna-se um detento no aeroporto. Foi isso que aconteceu com Viktor Navorski interpretado por Tom Hanks no filme “O Terminal”, que sem nada a fazer, ele acaba por tocar a vida para frente ali mesmo, no terminal do aeroporto.

Navorski teve seu lugar de passagem transformado em um lugar fixo, e assim ele adquiriu uma experiência autêntica, onde ele foi levado a analisar, vivenciar e ter a sensibilidade de perceber o que nenhum dos outros passageiros que tinham um fluxo contínuo no aeroporto haviam tido.

Conforme o conceito de Flanêur, o homem moderno tornou-se incapaz de exercitar experiências por causa da ascensão da era industrial. Pois, hoje somos expostos a um processo desumanizante, e com isso não vivemos mais uma experiência autêntica. Interessante é que a gente só percebe isso quando por algum motivo somos levados a uma experiência onde o não lugar torna-se um lugar.

Trazendo isso aos nossos dias e situações mais comuns, podemos perceber que com essa urbanização acelerada e caótica, nós como ‘passageiros’ dos locais da nossa rotina, por exemplo, faculdade e trabalho, não somos dotados do olhar flâneur definido como um observador, que está fora de casa, mas sente-se em todo lado na sua própria casa e pode ver o mundo, estar no centro, mas ainda assim permanecer oculto a ele.

Pois, em meio à evolução da sociedade com as mudanças político e sociais, a globalização, os avanços tecnológicos e científicos, o homem adaptou-se a novas formas de viver e a um novo ritmo bastante acelerado.

Tudo isso acarretando uma exigência de agilidade e perfeição, nos conduzindo a um grande número de afazeres.

E já não importa mais a idade, desde cedo somos cobrados por nossos pais, por nossa instituição de ensino a gerar bons resultados.
Com isso, perdemos a sensibilidade para observar o que acontece conosco e ao nosso redor.

Filme "O Terminal" - Flâneur

O termo "flâneur" vem do verbo francês "flâner", que significa caminhar ou "to stroll" em inglês. Basicamente um flâneur é uma pessoa que anda pela cidade com o objetivo de experimentá-la através de seus sentidos.

No filme O Terminal o personagem Viktor Navorski, um cidadão da Europa Central, que viaja para Nova York. Enquanto viajava, seu país, sofre um golpe de Estado, o que leva seu passaporte a ser invalido. Assim, ele não pode entrar na cidade de Nova York para realizar um sonho de seu pai que era pegar um autógrafo de um renomado músico de Jazz, para cumprir a sua promessa que tinha feito ao seu pai antes dele morrer.

Viktor todo dia pega a fila para ver se seu visto foi aprovado, ele não perde a esperança. Começa a sentir necessidades e vai explorar melhor o aeroporto, começa a ganha dinheiro, faz amizade, se apaixona. Depois de meses ele consegue uma autorização de um dia para entrar na cidade de Nova York, ele vai e realiza o famoso sonho de seu pai.

Para muito ir a Nova York é conhecer muitos lugares, desfrutar cada minuto ali na cidade, mas para Viktor ele só queria realizar um sonho, essa era a forma de satisfação dele, ele não queria conhecer a grande cidade de Nova York, tirar foto, conhecer diversos lugares, ele apenas queria realizar um sonho. No aeroporto ele experimentou diversas sensações, algumas boas e outras não, mas naquele não lugar ele tornou o seu lugar.

O Flâneur em O Terminal

O filme O Terminal conta a história de Viktor Navorski, natural de Krakozhia, país que sofreu um golpe de estado e devido isso não era mais reconhecido nos Estados Unidos da América, assim não permitiram que Navorski ultrapassasse os portões do Terminal de Trânsito Internacional enquanto a situação do seu país de origem não fosse resolvida.
O terminal, ou aeroporto, é um lugar de livre trânsito de pessoas das mais variadas classes e etinias. É uma boa representação do que vem a ser uma grande cidade. Todo por ali passa, e de certa forma permanece, como no caso de Navorski, que ali foi obrigado a permanecer.
Neste filme, o personagem principal é o nosso flâneur. De acordo com Baudelaire, ele é que está a caminhar pelo Terminal Internacional afim de experimentar. Isso é notado em momentos como o que ele observa todas aquelas pessoas em trânsito, ou quando percebe que ao colocar o carrinho no local apropriado é recompensado.
No decorrer de todo o filme o personagem realiza diversas coisas, ele experimenta tudo que está ao seu redor. Consegue ser empregado na reforma de um dos portões do terminal, faz a fonte para a personagem Amelia Warren (Catherine Zeta-Jones), ajuda Enrique Cruz (carrinho de comida) a encontrar-se com sua amada Dolores Torres (oficial do carimbo). São diversas as experiências vividas por ele no período que passou no Terminal de Trânsito Internacional.
Também podemos perceber esse olhar observador vindo dos oficiais de polícia de serviço no terminal diante do comportamento apresentado por Viktor Navorski.

Filme "O Terminal"

No filme, o personagem passa toda a historia "preso" no aeroporto de NY, considerado um não-lugar para a maioria das pessoas, pois e um lugar de passagem, pessoas vão e vem todos os dias, permanecendo la por no máximo algumas horas. Para o personagem de Tom Hanks o aeroporto deixa de ser um lugar de passagem e acaba virando um lugar de permanência, pois ele dorme, come, faz suas relações sociais tudo nesse local.
No filme ele acaba conhecendo uma mulher no qual se apaixona, mas pra ela o aeroporto e só um lugar de passagem, mesmo ela sendo aeromoça, o que dificulta a relação, pois pra ele ali e onde sua vida acontece.

Flênuer, OCoringa da Sociedade


No filme O Terminal, Tom Hanks vive Viktor Navorski, um homem simpático que se vê em uma situação constrangedora quando descobre que seu país sofreu um golpe durante sua viagem aos EUA e que não poderá desfrutar de um passeio pela cidade de Nova York. Tendo seus documentos detidos, Viktor terá que viver por uns tempos no aeroporto. Até que a guerra acabe em seu país, ele passa por maus bocados na mão do responsável pela segurança do aeroporto, Frank Dixon (Stanley Tucci). Superando desafios e armadilhas, Viktor faz novas amizades, como a bela aeromoça Amelia Warren (Catherine Zeta-Jones) e passa seus dias a espera de que tudo volte ao normal.


Neste contexto, a figura de Viktor Navorski se torna o sujeito inaceitavel, pois ele acabou por entrar em um processo de falha do sistema, sem ter uma saída a curto prazo, o sujeito se estabelece de maneira forçada em um contexto multicutural que representa de forma bastante caricata a imagem das grandes cidades, os aeroportos.

Ao analisar o cidadão flenuer, proposto inicinalmente pelo poeta francês, Charles Baudelaire podemos ter como concepção, o o flenuer como uma figura que esta em todos os lugares e ao mesmo tempo em lugar nenhum, é como uma espécie de coringa da sociedade, que não se encaixa em nenhum aspecto ou figura ja pre determinado, ele esta fora do aceitavel como é muitas vezes colocado no próprio filme, ele é o inaceitavel. ele é indecifravel.

Mas o cidadão flênuer da atualidade não possui mais os mesmos hábitos de observador que caminha tranquilamente pelas ruas, percebendo cada detalhe dos sujeutos que trafegam, este novo flenuer é frangmentado e pode ser percebido em diversos aspectos e locais fisicos e virtuais da nossa socidade, como grandes conglomerados empresariais, shoppings centers, aeroportos ou até mesmo redes sociais, locais estes onde estas pessoas.

nota: O filme é baseado em uma história real. Um Iraniano chamado Merhan Nasseri foi impedido de pisar em solo inglês e teve que passar um tempo no aeroporto Charles de Gaulle em Paris depois que teve seu passaporte de refugiado das Nações Unidas roubado. As autoridades francesas não permitiram a sua saída do aeroporto, tendo assim que viver uns dias no Terminal Um.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

O filme "O Terminal" conta a história de Viktor Navorski (Tom Hanks) que, devido a um golpe sofrido por seu país, tem a validade do seu passaporte perdida, não podendo entrar nos EUA (sair do aeroporto), nem voltar a seu país de origem, ficando preso em um aeroporto.



Inicialmente esse aeroporto é apenas um lugar de fluxo, de passagem, ou seja, um não-lugar. Porém, no decorrer do filme o aeroporto é mostrado sob uma nova percepção.

Para Viktor, o que antes era apenas lugar de passagem vai se transformando em lugar de permanência, passa a ser um "lugar" no qual ele cria vários tipos de relações. Nele Viktor faz amizades, se apaixona, encontra formas de ganhar dinheiro, faz suas refeições, etc.

Com o tempo, ele encontra outras pessoas que também tem o aeroporto como lugar, como o faxineiro do aeroporto, por exemplo, que passa a maior parte da sua vida ali dentro.



Viktor Navorski também pode ser visto como um flâneur, pois ele consegue enxergar o que os simples passantes do aeroporto não conseguem. Ele tem um olhar diferente sobre cada detalhe daquele lugar.

Não sou de nenhum lugar, sou de lugar nenhum

A adaptação de Viktor no aeroporto representa uma situação que pode ser interpretada com outros exemplos, como um mendigo que vive em um local que ele adaptou como a sua casa. Da mesma forma, o local não é tido como um "lugar" e ele vai criar uma relação de adaptação que acaba mudando o conceito dessa localidade. Assim é no terminal, onde Viktor está convivendo com pessoas do mundo inteiro e que estou apenas de passagem. O que seria apenas um canal para a sua saída do aeroporto, virou uma forma de encarar o seu obejtivo da viagem. Persistente, aprende a ganhar dinheiro com os carrinhos e depois consegue até um emprego. Com o passar do tempo ele já tem uma visão setorial de como as coisas funcionam. A partir daí é que o terminal virou um lugar para ele. Talvez a melhor mensagem do filme seja mesmo esta: provar que o homem é do mundo e não só de um lugar (o país de origem de Viktor). Junto com esse conceito, está a postura de flanêur que ele precisa ter para organizar a sua vida dentro do aeroporto. É observando os funcionários e vagando pelos setores que ele descobre os detalhes e passa a dar valor aos objetos e comportamentos que pertencem ao local. A cena que mostra os policiais reunidos observando Viktor aprender a ganhar dinheiro prestando um serviço ao aeroporto é a completa definição do protagonista como um flanêur. Ele ronda o aeroporto como uma pessoa que lê um livro atentamente para não se perder na história.





"O Terminal"

O filme "O Terminal" conta a história de um homem chamado Viktor Navorski, preso no terminal do Aeroporto Internacional John Kennedy, por ter sua entrada nos Estados Unidos negada. No entanto, ele não poderia retornar ao seu país de origem, a cidade fictícia Krakozhia, devido a uma revolução, que gerou um golpe de estado.

Sem poder ir e vir, Viktor teve que se instalar no próprio aeroporto. Todos os dias, ele tentava um visto para sair do local, mas sempre lhe era negado. De tantas tentativas, o personagem acabou percebendo que ali, naquele local de passagens e despedidas, poderia se tornar sua "morada"

Relação com o "não-lugar": o terminal de aeroporto, é considerado um exemplo clássico de "não-lugar", pois as pessoas estão ali somente de passagem. Entretanto, para quem trabalha no local, o espaço passa a ser um lugar, pois os funcionários acabam criando entre si uma relação. No filme, isso fica bem claro quando um casal de funcionários de casa no próprio aeroporto e o Viktor se apaixona por uma aeromoça e ele então decide mostrar à ela um espaço especial que ele construiu em sua homenagem.

Relação com "flâneur": Viktor, protagonista do filme, é um exemplo de flâneur, pois quando passa a morar no aeroporto, ele passa a observar todos os costumes daqueles que trabalham e os que passam por lá. Ele também faz isso para aprender a sobreviver no aeroporto.

O Terminal e seus lugares...



O filme O Terminal conta a história de Viktor Navorski, que resolve visitar Nova York, para assistir ao concerto de um grupo de Jazz do qual seu pai era fã. Porém ao chegar no aeroporto descobre que seu país, sofreu um golpe de estado, sem nacionalidade ele não pode sair do aeroporto nem para voltar para casa. Sua permanência que deveria ser curta, se estende por um tempo maior que o esperado, e Viktor começa a transformar o aeroporto em um lar.
No filme a primeira vista temos a impressão que o aeroporto é apenas um lugar de passagem, um não-lugar. Pessoas apressadas, se movimentando, parando apenas para fazer o checkin, ou para pegar as malas. Para o próprio Viktor o aeroporto começa como um não-lugar. Porém, ele é forçado a permanecer no aeroporto por mais tempo e este passa a ser um Lugar para ele. Aos poucos ele vai colocando objetos, mudando o espaço a sua volta, criando características pessoais naquele lugar.

Ao permanecer tanto tempo, ele acaba conhecendo pessoas que também tem o aeroporto como lugar, os funcionários do terminal por exemplo. Para eles o aeroporto é um ambiente familiar, em que existem amigos, e onde passam a maior parte do tempo, passam mais tempo lá do que em suas casas - essas passam a ser então não-lugares.

Viktor acaba se tornando uma espécie de flanêur, ou seja, um observador. Já que está parado pode ver e observar os outros que estão em movimento e com ele nós que assistimos o filme.

O Terminal e o conceito de não-lugar


O longa, de 2004, dirigido por Steven Spielberg, retrata de forma irreverente e, ao mesmo tempo, dramática a passagem de um cidadão do país fictício Krakozhia, interpretado brilhantemente por Tom Hanks.


No aeroporto de Nova York, Viktor Navorski tem seu visto de entrada nos Estados Unidos negado, pois seu país sofre um golpe. Assim, ele se vê preso no terminal do Aeroporto Internacional John F. Kennedy, sem permissão para voltar ao seu país de origem, nem pôr os pés em solo americano.

Neste terminal, Viktor Navorski passa os próximos nove meses. Sabendo apenas algumas palavras em inglês, o personagem vai se adaptando a essa nova situação. Lá ele encontra amigos, um emprego e até a bela comissária de bordo Amelia Warren, interpretada por Catherine Zeta-Jones, com quem ele tem um caso amoroso.

Este filme ilustra claramente a ideia de não-lugar, proposta por Marc Augè, onde um lugar de passagem passa a ser um lugar com alguma identidade pessoal. Em "O Terminal", o personagem cria vínculos, consegue emprego e constrói seu mundo em um espaço não convencional.

O mais interessante na narrativa é que o autor retratou o conceito e sociedade atual, a supermodernidade, com características marcantes baseadas, principalmente, no excesso: "excesso de acontecimentos, de espaço e de individualismo", onde os lugares que deveríamos apenas passar, tomam conta de boa parte do nosso dia.

É certo que o caso de Viktor Navorski é completamente inusitado, porém, em um dos diálogos do filme, a comissária de bordo Amelia Warren também se vê nesta posição de que o aeroporto é seu lar, seu lugar.

É o não-lugar mudando sua forma. E de que forma o não-lugar está presente no nosso dia-a-dia? Ora, passamos mais tempos nos engarrafamentos do que no destino. Mais tempo no trabalho do que em casa. E as ruas, não-lugares por excelência, passam a fazer parte da nossa vida.






Curiosidade:

O filme "O Terminal" parece ter sido inspirado na história real de Merhan Karimi Nasseri. Um refugiado iraniano que viveu no Terminal 1 do Aeroporto Charles de Gaulle, perto de Paris, de 1988 a 2006.

Por ter participado dos movimentos ingleses a favor da retirada do poder do xá iraniano Mohammed Reza Pahlavi em março de 1974, foi perseguido e torturado no Irã em 7 de agosto de 1975 pela polícia secreta iraniana SAVAK.

Após conseguir escapar do país, fugiu para a Europa, mas ao fazer escala em Paris, perdeu seus documentos e teve de ficar retido na área de espera do aeroporto, onde viveu até Julho de 2006 por razões legais.

Não há nenhum relato oficial de que o filme tenha sido realmente inspirado nesta história, porém, é muito curioso que alguém possa viver dentro de um aeroporto durante tanto tempo.

Filme "O Terminal" e a relação com o "Não-Lugar"

O filme "O terminal", cujo roteiro foi escrito por
por Sacha Gervasi e Jeff Nathanson, baseado numa história de Andrew Niccol e Gervasi.
Trata-se de uma narrativa de um homem, chamado Viktor Navorsk, natural da Krakozhia, uma cidade fictícia, que tem seu visto vetado para entrar nos Estados Unidos, pois o seu país, enquanto ele estava viajando, sofreu um Golpe de Estado, e fechou as fronteiras. Ele fica preso no aeroporto de Nova York e lá passa nove meses preso sem poder entrar na cidade.

Uma parte interessante do filme que me chamou atenção é que no "não-lugar" onde ele passa a viver, o que acaba se tornando de fato um lugar, Navosk procura um emprego, convida Amelie Warre, vivida por Catherine Zeta-Jones, para jantar no terminal, consegue se organizar e criar uma casa para viver, enfim, o personagem consegue se adequar ao espaço que até então não era um espaço. Tanto que, quando ele pergunta ao policial o que ele deve fazer enquanto espera, o policial lhe responde que ele deve fazer compras, a única coisa até então que se fazia num terminal.

A ideia do não- espaço acontece de fato na sociedade em que vivemos, já que ao longo dos nossos dias passamos por diversos lugares, ambientes diferenciados, mas não paramos para observar que, de fato, não pertencemos a nenhum deles. Acabamos por não buscar outros lugares e continuar passando e passando sem perceber a complexidade de cada lugar.



Encontrando um não-lugar em “O Terminal”


- Aonde você mora?
- Aqui, no aeroporto.
- Engraçado, passo tantas vezes por aqui que tenho essa mesma sensação.

O diálogo transcrito acima do filme “O Terminal” é a base de todo o debate sobre o conceito de não-lugar. A conversa entre Viktor Navorski (Tom Hanks) e Amélia Warren (Catherine Zeta-Jones ) expressa a realidade vivida por Viktor, preso no aeroporto impossibilitado de sair do aeroporto pois não tem o visto para entrar no Estados Unidos e Amélia uma aeromoça que viaja por vários países a trabalho.

O conceito de não-lugar mostrado no filme nos remete a imaginarmos outros não-lugares do nosso dia-a-dia. Aeroportos, lojas, terminais de ônibus e até mesmo nossa casa, podem ser um não-lugar quando analisada a rotina do indivíduo.

Em uma sociedade onde as pessoas tem o tempo diário totalmente preenchido é mais do que normal, simplesmente “passar” por lugares. Esses ambientes visitados acabam passando de forma despercebida.

A normalidade de simplesmente passar sem notar ou ser notado em determinados lugares tem gerado cada vez mais um afastamento das pessoas com os lugares que elas convivem. Não perceber paisagens ao redor ou pouco notar as pessoas que trabalham nesses lugares são exemplos disso.

E a relação com as outras pessoas? E o interesse de se conhecer um pouco mais sobre o locais não-lugares? Isso tem se tornado pouco importante, porque não podemos parar nossos afazeres diários para buscar um conhecimento além do que nos é repassado.

Com essa ideia e com uma visão de sociedade cada vez mais limitada, os indivíduos vão mergulhando em um individualismo sem precedente e sem interesse algum de tentar melhorar o que está ao nosso redor.


João Bandeira Neto
Seg /Qua - AB

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Quando "OTerminal" vira um Lugar


Baseado em fatos reais, o filme “O Terminal” conta a história de Viktor Navorski, interpretado pelo ator Tom Hanks. Viktor é um cidadão da Europa Oriental que viaja rumo à Nova York justamente quando seu país sofre um golpe de estado, o que faz com que seu passaporte seja invalidado. Ao chegar ao aeroporto, Viktor não consegue autorização para entrar nos Estados Unidos. Sem poder retornar à sua terra natal, já que as fronteiras foram fechadas após o golpe, Viktor passa a improvisar seus dias e noites no próprio aeroporto, à espera que a situação se resolva. Porém, com a situação se arrastando por meses, Viktor permanece no aeroporto e passa a descobrir o complexo mundo do terminal onde está preso.

Mais uma vez assisti a esse filme. Engraçado como depois de algumas aulas da disciplina de Sociedade de Informação e novas Tecnologias eu pude facilmente associar o filme ao conceito de lugar e não - lugar.

Diariamente, milhares de pessoas passam pelos aeroportos, fazendo desse local um lugar de passagem, ou seja, um não – lugar. Você vai lá, passa pouco tempo e logo vai embora. Mas e quando o terminal vira um lugar?

É o que acontece no filme. Viktor Navorski, sem poder sair do terminal e sem conhecer a língua americana faz do aeroporto um lugar, ou seja, ele aprende a língua nativa, sobrevive de “bicos” que consegue lá dentro, faz dos bancos de espera sua cama, enfim, se habitua a um novo estilo de vida e de lugar.

Hoje, muitos não – lugares se tornam lugares. Como por exemplo o estágio ou trabalho. Você passa a maior parte do dia trabalhando e convivendo com outras pessoas em um lugar que não é a sua casa. Ela vira apenas um lugar para comer e dormir ou talvez só dormir. É o meu caso, e tenho certeza que o seu também. A casa, que tinha todo um conceito de lugar, porque gera a idéia de conforto, segurança, já que era onde você passava a maior parte do tempo e usava para todas as suas necessidades físicas, agora é um lugar de passagem.

E é mais ou menos isso que o filme tenta mostrar. Um homem que é “forçado” a fazer de um aeroporto o seu lugar. Olha só, um encontro romântico geralmente é feito em restaurantes ou em um lugar especial. No caso do Viktor, ele se apaixonou dentro do aeroporto e teve seu jantar romântico, adivinha onde: no terraço do aeroporto! Todos os seus hábitos foram reinventados e a cidade de Nova York virou um não – lugar, afinal, ele foi lá de passagem e só conseguiu ficar na cidade livre por 24 horas.

Quando o não-lugar torna-se lugar

Depois de sair de seu país de origem com destino a Nova York, Viktor Navorski (Tom Hanks) percebe-se preso no aeroporto. Krakovia (seu país) sofre um golpe de estado e, portanto, como Viktor não tem nacionalidade, não poderia nem chegar próximo a calçada americana e nem, muito menos, retornar a Krakovia, pois as fronteiras foram fechadas após a revolução.

Viktor chegou aos Estados Unidos falando apenas algumas palavras em inglês, o que dificultou mais ainda o seu interagir com as demais pessoas que existiam a sua volta. Viktor é obrigado a viver no aeroporto por meses, até que encontrem uma solução para seu problema. Com o fim do golpe na Krakovia, Viktor conseguiu sair do aeroporto e alcançar seu objetivo: ter um autógrafo de um músico de Jazz para cumprir uma promessa feita a seu pai.



Steven Spilberg soube retratar bem o conceito de não-lugar no filme O Terminal (2004). As pessoas com que Viktor (inicialmente) se relacionava eram todas efêmeras, pois estavam em um lugar de passagem. "Não-lugares" são ambientes como aeroportos, trens, ônibus, hotéis parques de lazer, todos os locais onde não estabelecem com o sujeito níveis de relação afetiva.

Viktor vai transformando o aeroporto em não mais um lugar de passagem, mas em um lugar de permanência. O flâneur representa-se nele, pois ele é o personagem da modernidade que vive de extrair do universo de transitoriedade o que tem de "poético". Ele conseguiu encontrar uma forma de ganhar dinheiro com os carrinhos de bagagem e depois arranjou um emprego dentro do próprio aeroporto. O personagem demonstra a capacidade humana de adaptar-se até, por fim, voltar a sua identidade.
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Maira Gall