“O Terminal” nos leva a uma viagem para conhecer justamente o lugar que deveria ser ponto de partida para várias outras. Viktor Navorski, vivido pelo digníssimo ator Tom Hanks, ao ter seu pedido de entrada nos EUA negado, conhece e nos faz conhecer um novo mundo dentro do aeroporto onde fica preso. O lugar de rápida estada para tantas pessoas, o que chamamos de “não lugar”, se transforma em lar para este homem.
Lá, atingindo todos os graus de "flanêur" (conceituado como sujeito que experimenta um determinado lugar, passeio) ele passa a sobreviver através de pequenos trabalhos, dorme improvisando uma cama com as cadeiras da sala de embarque e até aprende um pouco da língua nativa, aproveitando o tempo livre para ler. Também acaba conhecendo uma bela aeromoça, por quem se apaixona no decorrer do filme. Ela, muito ligada ao mundo corrido, jamais poderia entender o aeroporto como um lugar. A moça passa sempre por ali e enxerga o mesmo que a maioria: pessoas com pressa, horários e conforto ideal apenas para o tempo necessário de esperar viagens.
Enfim, o filme retrata o desespero de um homem que se vê preso num “não lugar”, a possibilidade de transformar um lugar de passagem em lugar para viver e a incessante luta pelo direito de liberdade.
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