
Tom Hanks, sob a direção de Steven Spielberg, encarna o personagem Viktor Navorski, cidadão de lugar nenhum. Enquanto o seu avião sobrevoava ao país norte-americano, a sua pátria sofre um golpe político e o seu passaporte passa a ser inválido. Vendo-se impedido de entrar na América, torna o aeroporto Kennedy, em Nova Iorque, o seu local de refúgio e, literalmente, de passatempo. Mais do que isso, ele incorporou a essência flâneur e mal sabia.

Além disso, tanto os estranhos que também faziam daquele não-lugar em um lugar, como os outros transeuntes perdidos na multidão, foram captados pela percepção de Viktor. Ele começou a observar suas rotinas e refletir sobre elas. Como um flâneur contemporâneo, trocou as calçadas e as praças públicas de grande circulação por um espaço de concreto, de intensa circulação de diferentes pessoas.
Esse ser vagabundo, em sua origem, aceita a modernidade na qual nasceu e vive. Dessa mesma forma, o homem original de Krakozhia, quando se viu sem país e preso ao aeroporto, tornou o novo espaço em sua casa, em sua modernidade, e aceita-a. Começa a ver a beleza escondida nos destalhes que ninguém consegue ver, por estarem presos naqueles passos rápidos de chegada ou partida.
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