quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Formação Complementar para Web TV



Quem intenciona montar sua própria Web TV ou participar de uma, pode encontrar alguns cursos disponíveis no mercado que ajudarão, seja na criação de roteiro, no manuseio da câmera ou na edição de vídeos. 

Em Fortaleza é possível encontrar esses cursos em instituições como o Senac, que constantemente oferece cursos na área da informática. Dentre eles, o de Programação java para web em servlet e jsp, no qual o aluno pode se aperfeiçoar na implementação de aplicações na linguagem Java para web visando recursos auxiliares.Outra escola especializada é a Gracom, onde é possível encontrar um curso especialmente para cinema e TV. O curso de CineTV ensina o aluno desde edição de vídeos até a fazer efeitos especiais.


Outra opção interessante é a Vila das Artes que constantemente oferece cursos nas mais diversas áreas. O aluno pode encontrar várias opções na área do audiovisual, como: Curso de Realização em Audiovisual, Núcleo de Produção Digital e Cultura Digital.

E, por fim, a Travessa da Imagem também oferece cursos na área de iluminação e edição de vídeos. Os cursos tem como objetivo unir teoria e na prática. 

Com tantas opções aqui mesmo na cidade, não vai faltar formação para aqueles que planejam ter seu próprio canal de Web TV!

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

O que é preciso para criar uma WebTV?



Com as facilidades possibilitadas pela internet e a tecnologia atual, qualquer pessoa pode criar um canal de WebTV próprio. Para tanto, muitos sites, nacionais e internacionais, possibilitam a transmissão de vídeos. Porém, para começar a transmitir o usuário precisa tomar algumas providências como:

1- Site/Media Center/blog – É necessário que você tenha uma página final de destino para que seu vídeo seja publicado. Desde um completo Media Center até um simples Blog podem ser seu palco para se comunicar através de vídeo streaming.

2- Plataforma de Vídeos Online (ou  Online Video Platform – OVP) – Através de um software online e sob demanda você gerencia todo o volume de conteúdos numa interface única, cadastrando e publicando na página de saída exatamente como definido no sistema. Assim você pode:

* Definir o formato que ele vai tocar no seu site;

* Configurar o tamanho, cores e atalhos para rede sociais do player;

* Distribuir para todos os aparelhos conectados à internet, inclusive iPad e iPhone;

* Acompanhar o comportamento do seu público através de relatórios analíticos;

* Monetizar os vídeos através de anúncios publicitários veiculados nos vídeos.

3- Integração via API – Para que tudo que você fez no software apareça na sua página de saída é necessário uma integração via API na base de dados do site. Dessa forma, através de um conjunto de códigos padrões a OVP “conversa” com o seu site, simplificando e otimizando a distribuição dos vídeos.

Para quem não tem tanta facilidade com os sites de transmissão, há a possibilidade de criar uma webtv usando apenas o Youtube e uma fan page no Facebook. Os vídeos podem ser editados e postados no canal do Youtube e a página no Facebook garante a interatividade com o público.

Deficientes auditivos ganham WebTV exclusiva




A Associação de Comunicação Educativa Roquette Pinto (Acerp), em parceria com o Instituto Nacional de Educação de Surdos (Ines), criou a TV INES, canal de web TV para surdos.

A primeira transmissão aconteceu no dia 24 d abril, data em que se comemora o reconhecimento da Língua Brasileira de Sinais (Libras) como meio oficial de comunicação e expressão para os deficientes auditivos do Brasil.

O primeiro canal desenvolvido especialmente para surdos do Brasil conta com 12 horas diárias de programação, na qual o webespectador pode conhecer a história e os projetos realizados pelo instituto, assistir desenhos animados e filmes, além de se manter informado. Todos os programas contam com apresentações em Libras.

Segundo a diretora do Instituto Nacional de Educação de Surdos, o INES, "a ideia é criar um entorno positivo a esse universo, para que eles [pessoas com deficiência auditiva] possam ter esse conforto, e o mundo também entre no universo deles. A ideia é contemplar a diversidade", aponta.


No ar para TVs conectadas, tablets, smartphones e também na internet, a TV INES tem como objetivo atingir os 9,7 milhões de deficientes auditivos em todo o país.

[ENTREVISTA] WebTV NIC



Fui conversar com os alunos da WebTV NIC para saber em primeira mão como é fazer televisão na Web e como funciona a rotina de produção e gravação dos programas.

Em busca de novos caminho e opções interessantes dentro do Núcleo Integrado de Comunicação, o NIC, esses alunos participaram da primeira seleção feita para a célula de WebTV. A aluna e estagiária da célula, Gabriela Nepomuceno, destacou o valor da experiência de fazer TV na Web. "Eu sempre quis TV, então quando abriu seleção aqui para o NIC eu procurei logo alguma coisa que tivesse televisão no meio. Eu não sabia como seria, como as coisas funcionavam, o que se fazia numa WebTV, mas no final deu certo. E agora TV e WebTV são o que eu quero fazer", afirmou.

E a rotina de produção e gravação é árdua. Na WebTV NIC todos são produtores, repórteres, câmeras e editores, o que garante a vivência completa do fazer televisão. "A gente vai atrás de ver quem vamos entrevistar, depois entramos em contato com essa pessoa, então gravamos e, então, editamos tudo", enumera Gabriela.

"Nós divimos em editorias, por exemplo, o Lucas [Freire] é da editoria de música, então quando ele foi entrevistar o Fagner, ficou decidido que naquela semana a grande entrevista seria da editoria de música. Daí nós fazemos o reteiro, estudamos a vida do cantor, faz uma pré entrevista - para não ficar perdido e então mostramos todo o material para o professor Glauber", explica Jamile Soares, estagiária da WebTV.

É papel do professor orientador da célula, Glauber Filho, complementar conteúdo e dá as últimas orientações antes da entrevista e da edição.

A periodicidade dos vídeos e sua distribuição durante a semana são variáveis, como me explica Gabriela. "Às vezes conseguimos uma entrevista com alguém interessante aqui da cidade mesmo ou tem algum evento acontecendo, ou uma data comemorativa. Assim, podemos fazer dois, três vídeos durante a semana, depende muito do que aparece e do que conseguimos aproveitar", explica.

O agendamento de entrevistas em uma WebTV acontece exatamente do mesmo jeito que em uma televisão tradicional, como bem explica Jamile. "Para não ficar desorganizado nós sempre agendamos com antecedência e avisamos uns para os outros. É importante lembrar que o entrevistado às vezes não pode em um determinado dia, daí temos que agendar direitinho", explica.


Todos se envolvem na finalização de cada vídeo, não importa quem entrevistou ou quem gravou. O esforço é para não deixar nada pendente antes de partir para o próximo projeto.

Quanto à especialização, o pessoal da WebTV NIC me esclarece, para fazer televisão na web é primordial um curso de câmera e de edição de vídeo. "É importante para não atrasar material por falta de alguém para fazer. Por exemplo, às vezes não conseguimos um câmera ou um pessoa para editar o vídeo, com os cursos podemos fazer nós mesmos", ilustra Jamile.

E eles me garantem, a WebTV está afinada dentro e fora do NIC, recebendo sugestões de pautas e elogios em sua fan page no Facebook. Interatividade não é problema para essa galera.


terça-feira, 29 de outubro de 2013

Afinal, o que é WebTV?



Não podemos passar batido pelas transformações e transições que os meios de comunicação têm sofrido com o advento da internet e sua possibilidade de comunicação instantânea. Essas novas necessidades criadas pela nova forma de se comunicar e se situar no espaço transformou profundamente até os meios de comunicação de massa do século XX, como o rádio e a televisão. 

Não é difícil imaginar que essa tendência levantaria as bases para novas possibilidades de interação social. Foi nesse contexto público, aberto e colaborativo - típico da internet -  que surgiu a WebTV. 

Como já apontamos, na WebTV a interatividade é primordial, isso diferencia o seu conteúdo da programação televisiva que estamos acostumados. Dentre suas características estão: programas temáticos e ao vivo que ficarão online e disponíveis 24 horas por dia para serem vistos e revistos; possibilidade de montar uma grade do jeito que o telespectador desejar; além da participação em tempo real do webespectador (conteúdo colaborativo).

É importante destacar a diferença da WebTV para vídeos on demand (filmes e programas de TV sob demanda) ou mesmo os conhecidos Vlogs. Esses tipos de vídeos fazem parte da programação da WebTV, porém de forma interativa, de forma que você pode montar a sua própria grade de programação e não simplesmente vendo os vídeos dispostos em uma lista. 

Hoje podemos criar nossa própria TV interativa, via web, de qualquer lugar do mundo. E, com isso, novas formas de sociabilidade surgem todos os dias. É de vital importância, portanto, que os profissionais que produzem conteúdo, seja para web ou para as demais plataformas, dialogem com essa nova forma de interagir e participar na contemporaneidade.



quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Filme: A Origem Texto: O que é o virtual?


Como diz o texto, a palavra virtual é empregada com freqüência para significar a pura e simples ausência da existência, a realidade supondo uma efetuação material, uma presença tangível. O real seria da ordem do “tenho”, enquanto o virtual seria da ordem do “terás”, ou da ilusão, o que permite geralmente o uso de uma ironia fácil para evocar as diversas formas de virtualização. Podemos associar com a parte do filme em que acontece os níveis do sonho no subconsciente onde se usa um jogo de palavras para convencer Saito de que aquilo não era real e eles precisavam voltar, ele usa frases que Saito havia dito antes da missão. Quando Saito estava ferido no segundo nível do sonho, ele diz algo do tipo: “eu vou conseguir”.  Podemos também ligar ao que o texto fala sobre Limbo, onde este é o último nível do sonho. Nesse lugar um minuto de vida normal pode simbolizar dez anos. Tudo é possível lá, pois o subconsciente não consegue distinguir o real da ilusão, onde o texto diz que o virtual tem somente uma pequena afinidade com o falso, o ilusório ou o imaginário. Trata-se, ao contrário, de um modo de ser fecundo e poderoso. Cada forma de vida inventa seu mundo ( do micróbio à árvore, da abelha ao elefante,  da ostra à ave migratória) e, com esse mundo, um espaço e um tempo específicos.  Podemos relacionar com cena em que quando estão no primeiro nível para tentar implantar a ideia em Fischer uma locomativa entra no meio da cidade e os outros ficam perplexos. O virtual como um processo de transformação de um modo de ser num outro. 

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

A Origem e Piérre Levy: O enigma dos sonhos.

A Origem traz à tona um assunto que desperta muito a nossa curiosidade: os sonhos. São incertos os caminhos que nosso inconsciente percorre até formar uma realidade paralela em que vivemos durante o sono, mas neste filme, Leonardo Dicaprio vive um ladrão de segredos, onde penetra nos sonhos das pessoas com este objetivo ou com a intenção de alterar uma idéia proveniente do inconsciente do indivíduo, levando-o a tomar uma decisão diferente por aquela “sementinha” que Cobb (Dicaprio) plantou em sua mente. Cobb é contratado justamente para isso: criar uma realidade paralela em um sonho para projetar uma idéia no inconsciente de um grande empresário. Essa criação de uma outra realidade pode ser comparada com os conceitos de filósofo Pierre Lévy sobre “O que é virtual”, e podemos encontrar várias passagens do filme que se relaciona com ele. O conceito de “Virtual” é tudo aquilo que não é materializado, existe apenas enquanto potência, no plano das idéias, e é justamente o processo em que o sonho é modificado por Cobb que ele está presente no filme, onde com a ajuda de uma arquiteta, ele consegue projetar uma a realidade durante o sono. É a idéia de penetrar nas mentes das pessoas que faz esse conceito. O conceito de “Atual” está presente quando não estamos na realidade paralela dos sonhos e sim quando os personagens estão acordados, em sua plena consciência. O conceito de “Atualização”, que é o processo do virtual para o atual, pode ser encontrado em diversas partes do filme, desde a idéia de penetrar na mente das pessoas, com a ajuda de uma arquiteta e outros profissionais, até o momento em que eles estão de fato realizando este feito. E por fim, a “Virtualização” é encontrada em todas as dificuldades criada pela mente dos personagens até chegar ao seu objetivo final, como Cobb reencontrando sua esposa e seus filhos, por exemplo. Cada personagem tem o seu “totem”, que possibilitam que eles saibam se ainda estão em um sonho ou não. O totem de Cobb é um pião, que ao parar de girar situa o personagem na vida real, e não no sonho. O problema é que o filme acaba e o pião não pára de girar. Fica o enigma, ele afinal estava vivendo um sonho ou não? E será que estamos?

A Origem e os seus conceitos

Foto: Divulgação


Dentro da história do filme "A Origem", vamos abordar alguns conceitos de Pierre Levy. Quase todo o filme é visto a presença dos conceitos de virtual, atual, virtualização e atualização. Abaixo vou procurar descrever e exemplificar cada conceito com exemplos do filme.

Para Pierre Levy, o virtual é real. Por exemplo, o tiro que um personagem leva no filme e está no sonho, isso é virtual. A dor é sentida no sonho, mas a morte leva a pessoa a acordar. Em suma, "Tudo aquilo que existe enquanto potencia e não uma ato".  A diferença entre virtual e real, é tênue. É como dizer que tudo existe, a cadeira, a mesa...Exemplo, no começo do filme quando eles procuram um químico, isso é real. Mas, isso também mostra que o real e o virtual se misturam. Isso acontece durante o filme todo. 

Em relação à virtualização, observamos que no filme, naquele momento em que passa o trem no meio da avenida (quando eles estão no sonho), mostra que no subconsciente do Coob, ainda existe a presença forte do trem, e isso é inevitável e vem a tona pra ele. Isso, nós podemos chamar de virtualização. Atualização, é o processo que os personagens caminham, para chegar até a solução do problema. Tornando a ideia (o sonho) em algo físico. Quando a arquiteta, por exemplo, transforma as ruas da cidade "virtual" , deixando do jeito que ela quer. E isso vai ocorrendo durante todo o filme. Por isso, tem vários estágios de sonhos e é todo um processo.

Esses quatro elementos se misturam tanto durante o filme, que fica até difícil distinguir e desmembrar todos esses elementos embutidos dentro do filme.


Por Rafael


Pierre Lévy por dentro do filme a origem

Para Pierre Lévy, virtual e real  tratam de duas dimensões opostas ,mas que ao mesmo tempo são dependentes uma da outra para que o processo de evolução do homem, como um ser racional seja possível. No filme A Origem, se formos parar para pensar no conceito de virtual e real já meio que se torna um pouco confuso, como não sabemos ao certo se o protagonista de fato esta sonhando ou acordado, duvidas pairam o ar. Mas se prestarmos atenção na ordem cronológica que o filme nos mostra sem nos focarmos apenas na dúvida que ronda o seu próprio real, Cobb vive mais tempo no virtual do que de fato no real, como se o virtual fosse o seu mundo, a sua origem.Suas maiores lembranças são com sua esposa que justamente por ter se perdido na virtualização, acabou  se esquecendo o que de fato era real (provocando até mesmo sua própria morte). Ao receber a missão de implantar uma ideia na mente de um herdeiro milionário, Cobb reúne sua equipe e no processo de atualização monta um plano para implantar na mente do tal milionário o esquema desejado, tudo isso através do sonho e consequentemente, do virtual. Como prova de que a mente humana é capaz de pensar até mesmo quando se está dormindo e sempre em ação com o seu subconsciente, o plano de Cobb e seus amigos, mesmo tendo sido confrontado, foi realizado com sucesso na mente do herdeiro, fazendo com que a ideia implantada que não passava de algo virtual logo passe a ser real.

A Origem x Pierre Levy


A seguir farei um paralelo entre o filme "A origem", que trata da implantação de uma ideia na mente de um indivíduo através do sonho, e os conceitos do texto "O que é virtual?" do Pierre Levy.

No decorrer do filme, ficaram muito claras as percepções que o autor do texto tem de virtual, virtualização (passagem de uma solução para outro problema), atual e atualização (solução de um problema).

O virtual é uma ideia ou projeto que ainda não se concretizou e não se materializou, apesar de muitos até confundirem com o ambiente da internet. Podemos ver isto nas cenas em que o ator principal (Leonardo DiCaprio – Cobb) planeja toda a ação pra entrar e invadir a mente de Fisher. Essa invasão é feita através do sono e do sonho, o que caracteriza a ideia não materializada.

Em uma parte do filme, eles precisam mostrar para Fisher que seu pai não o odiava, ele o amava. No caso, para que o virtual se concretizasse, era preciso haver primeiramente o processo de atualização.

Cobb reúne uma equipe boa de cinco pessoas bem preparadas para fazer com que seu plano de invadir a mente de Fisher tivesse resultados positivos. Ao entrar na mente e no sonho, eles se deparam com uma situação conflitante e inesperada: a mente de Fisher estava repleta de homens fortemente armados e bem treinados em prol de sua defesa. Neste momento, podemos ver claramente o processo de virtualização, pois eles precisam, de última hora, arquitetar outro plano, para que este não vá por água abaixo. Outro momento em que ocorre essa virtualização, é quando surge, vez por outra, a falecida esposa de Cobb, tentando sabotar toda a atualização do problema.

Por fim, quando Cobb consegue sucesso em sua missão, há a chance de voltar para casa, rever seus filhos e conseguir olhá-los no rosto. Nesta parte, percebemos o atual, que é onde a ideia se concretiza e se materializa.

A Origem: O Real e o Virtual



Dentro do filme de Christopher Nolan somos cercados pelas mudanças constantes entre as "realidades" dos personagens, que passam de sonho para mundo atual frequentemente. Os conceitos de "atual" e "virtual" de Pierre Levy são vistos em praticamente todas as cenas, onde fica, inclusive, difícil ou talvez subjetivo, saber onde se aplicam os atuais e virtuais e seus processos de transformação (atualização e virtualização).

O atual é visto por Levy como a "realidade", aquilo que fisicamente existe, está presente no nosso meio em matéria e pode ser tocado. Enquanto isso, o virtual seria aquilo que não se pode tocar, está vivo apenas em nossas mentes. São ideias, sentimentos, vontades, coisas as quais sabemos que existem, porém não podemos ver e às vezes nem mesmo expressar do modo como imaginamos. Baseado nesses conceitos, Levy defende, então, que o 'virtual' não é o contrário do 'real', mas está contido dentro dele.

Os processos de atualização e virtualização citados anteriormente são os momentos de passagem de virtual para atual e vice-versa. A atualização torna a ideia uma realidade física, enquanto a virtualização é a "problematização" da matéria pronta, o momento de dúvida ou o surgimento da ideia de que aquilo pode ser transformado em algo ainda melhor.

Em "A Origem", até por ser um filme que trata de sonhos e ideias, são diversos os momentos em que nos deparamos com a prática dos conceitos de Levy, mas uma das cenas que chama bastante atenção e exemplifica bem os quatro conceitos vistos juntos é o momento em que Cobb (Leonardo DiCaprio) passeia com Ariadne (Ellen Page) pelas ruas de uma cidade imaginária de um sonho dela, tentando convencê-la a unir-se à sua equipe.

O "virtual" aparece quando a arquiteta se pergunta o que acontece quando se altera a física dos ambientes dos sonhos. É a ideia inicial. Aquilo que ainda não existe, porém é imaginado por ela. Seguindo esse momento, aparece a "atualização", que ocorre quando ela, com sua mente, transforma as ruas da cidade imaginária, deixando-as da maneira que quer.

Terminado esse processo, a cidade está modificada: os prédios estão uns em cima dos outros, o céu é outra parte da cidade. Isso é o atual acontecendo novamente. A ideia da mudança física do local está concretizada, logo, a ideia virtual passou a ser uma atualidade.

Logo em seguida, porém, começam a aparecer problemas com as mudanças. As pessoas projetadas pelo subconsciente de Cobb começam a atacar Ariadne por conta das mudanças no ambiente; a ideia já não parece tão favorável. É um processo de virtualização, onde ela tem de começar a pensar em maneiras de não chamar atenção das projeções. Outra virtualização clara percebida na cena seguinte é que, ao projetar um lugar já existente, Cobb explica a Ariadne os perigos de tal situação; que o subconsciente pode confundir-se e perder-se dentro do sonho, pensando que está vivendo uma realidade. São os problemas que surgem após as "soluções" dadas, que já não são tão soluções assim...

De modo geral, o filme é inundado dos virtuais e atuais, de modo até que os conceitos se misturam; o que não é tão diferente assim da vida "real". A realidade é que não sabemos tão bem o que pode virar "realidade".



A relação do filme A Origem com o texto
O que é o virtual? do autor Pierre Lévy




      A relação do filme A Origem com o conceito de virtual e atual está bem evidente nas cenas dos vários tipos de sonhos que são mostrados no filme. A Origem relata um homem que tem autonomia de roubar informações nos sonhos de outros indivíduos. O protagonista Dom Cobb (Leonardo DiCaprio) levando essa vida de roubos em sonhos, acabou se tornando em um fugitivo internacional, tendo essa grande habilidade no mundo da imaginação, o ladrão começa despertar interesses em pessoas poderosas financeiramente, no caso, o senhor Saito. O empresário, já tendo o conhecimento da finalidade do trabalho de Cobb nos sonhos, lança uma proposta de inserir uma ideia nos sonhos do filho do seu maior rival no mercado, afim de acabar com a empresa com essa ideia. Essa proposta sendo aceita poderia mudar radicalmente a vida de Cobb, dando sua redenção e sua passagem de ida para os braços dos seus filhos. Não pensando duas vezes, o ladrão trata logo de organizar um grupo de especialistas para participar desse grande e difícil trabalho.
           Durante a organização da tarefa de inserir uma ideia no sonho do filho do rival percebemos claramente o conceito do virtual e atual e suas movimentações no dia a dia. Como sabemos, o virtual é dito como algo que é pensando, dessa forma existindo de forma abstrato, já no conceito de atual é essa forma abstrata que se torna material ou concreto. No filme vemos isso nas cenas da arquiteta que pensa e já é construída as casas, pontes e edifícios no sonho de teste do Cobb.
            Em relação as movimentações do virtual para o atual ou vice e versa, observamos nos níveis de sonhos que a equipe teve que passar para inserir a informação no indivíduo escolhido pelo Sait. Em todos os níveis podemos citar a atualização, processo do virtual para o atual, a ideia se tornando concreta, na cidade que foi inventada pela arquiteta, toda a situação para se chegar a vítima da história, tudo isso sendo considerado “atualidades” do virtual da especialista (arquiteta). Porém toda essa atualização durante o filme ocorre, também, a virtualização, processo que depende da necessidade de criar um problema para poder resolvê-la. Essa situação acontece durante a passagem para os níveis dos sonhos, onde Cobb acaba se deparando com o exército criado pelo empresário e assim, tendo que escapar do perigo que surgia nos sonhos , por exemplo. Outra situação que podemos identificar a virtualização é visita sempre inesperada da mulher de Cobb, onde por conta do seu inconsciente acaba colocando dificuldade em seus planos nos sonhos.

A Origem e O que é Virtual

O filme de ficção científica, “A Origem”, tem como tema central o ambiente dos sonhos. Parte do princípio de que a nossa vida gira em torno deles, os quais guardam os nossos segredos mais íntimos, que tornam-se vulneráveis à diversas ameaças externas, principalmente, à própria mente humana.

Diante de tal situação, o empresário japonês Saito quer quebrar as fronteiras de tais sonhos íntimos e pessoais. Para isso, tem como alvo seu maior concorrente, Fischer. Cobb, um ladrão especializado em roubar segredos, recebe a missão de usar os sonhos de Fischer para implantar a origem de uma ideia de Saito, a qual é fazer c
om que seu inimigo divida a herança herdada de seu pai com ele.

Relacionando o filme com o texto “O que é Virtual”, do filósofo francês Pierre Lévy, podemos verificar várias semelhanças entre ambos, de forma que os conceitos aplicados no texto estão fortemente presentes em “A Origem”.

Começemos pelo conceito de “Virtual”. Ao contrário do que muitos imaginam, o termo não se restringe ao ambiente da internet e das demais tecnologias. De acordo com Pierre Lévy, “Virtual” é tudo aquilo que existe enquanto potência, mas não em ato (exemplo: ideias, projetos e projeções). É aquilo não materializado.

Podemos encontrar tal conceito no filme em diversas cenas, dentre as quais podemos destacar os próprios sonhos das pessoas, o desejo de adentrar nas mentes dos seres humanos e o projeto inicial de implantar a ideia da divisão de bens na mente de Fischer, que, no início, não passa de uma projeção, ou seja, ainda não havia nada concretizado. 

Partamos para o próximo conceito: “Atual”. Diferente do Virtual, o “Atual” já se encontra materializado, presentificado. É algo “tocável”. Em “A Origem”, as cenas em que todos estão acordados são tidas como atuais, assim como o tiro que acerta Saito, já que este sente a dor da bala que o atingiu.

Também temos trabalhado no filme o conceito de “Atualização”. “Atualização” é o caminho percorrido até a materialização do desejo, ou seja, até o “Atual”. Porém, esse não é um processo contínuo. A todo momento surgem problemas que impossibilitam tal caminho sem interrupções. Isso é o que chamamos de “Virtualização”, que é a passagem de uma solução dada para outro problema, ou seja, a transformação da solução (“Atual”) em problema (“Virtual”).

A “Atualização” pode ser encontrada desde o recrutamento das pessoas (Ariadne, Eames e Yusuf) para ajudar Cobb na sua missão, até o momento em que os “ladrões de segredos” adentram nas mentes humanas, no caso, Cobb tentando implantar uma ideia na mente de Fischer.

Já a “Virtualização” encontra-se em todas as barreiras encontradas até o fim da missão, dentre as quais destacamos as projeções de Fischer, as quais deixam Saito ferido e as projeções de Cobb (Mal, sua falecida esposa, que também dificulta a missão do investigador).

No final do filme, não sabemos se tudo o que se passou foi um sonho (“Virtual”) ou se foi realidade (“Atual”): Cobb toma seu totem, um pião (que, na verdade, pertencia a sua esposa), e gira-o sobre uma mesa. Como não sabemos se o pião cairá ou não, não temos certeza da veracidade da história.






A Origem com base nas ideias de Pierre Lévy.


O filme a Origem  tem uma história bastante complexa mas ao mesmo tempo muito interessante pois nos faz sair do pensamento comum  junto com o personagem “Cobb” vivido pelo ator Leonardo Dicaprio. Este personagem é um homem muito inteligente e ousado capaz de entrar em sonhos alheios com o objetivo de roubar informações jamais invadidas do subconsciente.

Cobb é um homem sem limites, envolvido em seus estudos sobre a mente  é capaz de levar sua mulher “Mal” a experimentos. Ela e “Cobb”  decidem viver em um sonho.Sua esposa se aprofunda muito e acaba se matando pois não sabe mas distinguir o que é sonho “virtual” e realidade. Depois deste fato Cobb é dito culpado pela morte de sua esposa e acaba fugindo para não ser preso. A culpa da morte de “Mal” se transforma em lembranças e todas as vezes que ele entra no sonho de outras pessoas estas lembranças interferem na sua  missão.

O personagem não se da conta que ele mesmo estar confundindo sonho e realidade dando margens ao limbo: onde a realidade se funde com o sonho e não consegue sair. Podemos ver um exemplo disto na cena em que Saito morre no sonho de Yusef e Cobb precisa ir ao seu resgate.

Saito é um empresário que faz uma proposta ao personagem Cobb. Ele precisa que Cobb  entre na mente de Richard Fischer, herdeiro de um grande império econômico, convencendo-lhe a desmembrar seus negócios. Cobb aceita a proposta e monta seu grupo de pessoas. Ele conta com a ajuda do parceiro Arthur , a  arquiteta que irá construir os sonhos Ariadne e Eames , que consegue se disfarçar no mundo dos sonhos, além de outros integrantes.

O filme é repleto de idas e vindas dos personagens nas cenas, mostrando com isto a virtualização “deslocamento” e criação de realidades. Ao invadir a mente de Richard Fischer Cobb sofre diversas atualizações. Até chegar a missão final, os outros personagens se permitem testar possibilidades “Criações de cenas dentro de outros sonhos”.


No final do filme Cobb consegui voltar pra casa através de seus sonhos partilhados entre seus companheiros de sonho. Todas as cenas mostradas no final é “Virtual” ou seja possui uma ausência de existir e é só uma ilusão não concreta de Cobb. 

Relação dos elementos na introdução do livro “O que é o virtual”, de Pierre Levý, com o filme de Christopher Nolan, “Inception”


A ideia apresentada por Dom Cobb, no início do filme - de treinar o subconsciente de Sr. Saito contra “roubos” de informações durante os sonhos, por conta de extratores habilidosos, deixando-o mais apto a não baixar sua defesa durante os sonhos, tirando a vulnerabilidade - é virtual.

A confiança que Dom Coob exige do Sr. Saito, para que consiga penetrar em seus sonhos, se enquadra no campo da possibilidadeQuando Mal ameaça matar o colega de Dom Cobb, fala: “Matá-lo só irá acordá-lo. Mas a dor, ela está dentro da mente.” Deixa clara a ideia de dor como virtual, pois está vinculada à mente, sendo desterritorializada e não informatizada. A morte, neste plano onírico, seria incorporada como uma atualização, em que o indivíduo deixaria o sonho (virtual) e passaria para o plano real (atual). Coob mata-o dentro deste sonho, o que mais tarde é revelado que os personagens estavam dentro de outro sonho, inverte-se pois a denominação, passando a ser virtualização, tratando-se da morte no primeiro plano do sonho, em quem o indivíduo passa a vivenciar um outro sonho, continuando no virtual. Resumindo: Morrer num sonho dentro de outro sonho consiste na virtualização ( continua-se no virtual); e morrer em um sonho único, atualização (chega-se ao atual).

Sr. Cobb recebe a proposta de Saito para inserir uma informação dentro da mente de Fischer, filho de um grande concorrente seu. O pai dele em breve morrerá por conta da idade avança e péssimo estado de saúde, deixando a empresa como herança para o filho. Coob ganhará em troca deste serviço a oportunidade de ver seus filhos novamente, pois Saito se compromete em tirar as acusações contra ele - de ter matado a sua esposa. Saito deseja que este jovem tenha objetivo de “desmantelar o império do pai.” Porém, a proposta é feita com base na confiança de ambas as partes. Cobb não tem garantia de que Saito irá cumprir sua parte, mesmo sendo possível; e Saito não sabe se Cobb irá conseguir implantar as informações necessárias, tendo em vista a sua pouca experiência nesta prática – fez isto uma única vez, o que torna a ação também possível.

A imaginação é a condição básica para a implantação da ideia, sendo necessária a sua minimização, de modo que ela possa crescer naturalmente na cabeça da pessoa. A ideia é virtual e o crescimento natural é uma tendência à realizaçãoNo sonho é possível ver apenas projeções, vistas várias vezes no filme, como exemplo, a esposa de Cobb. O filme deixa bem claro a diferença entre vida real e sonho, deixando a vida real enquadrada ao atual, e o sonho, por aparecer de diversas maneiras, pode ser visto também por diferentes concepções.

Maurice Joseph pede que Cobb volte à realidade, esclarecendo a concepção de “não-realidade” do plano dos sonhos, sendo esta não necessariamente virtual, pois o real não se opõe a ela. Em uma parte do filme, o Sr. Cobb retrata bem isto na seguinte fala: “Os sonhos parecem reais enquanto estamos neles.” Podemos considerar os sonhos como atualizações na medida em que ocorrem mudanças na realidade de acordo com as intervenções ocorridas dentro dos sonhos. Ele também pode ser virtual, levando em conta sua plataforma sem existência material, sem presença e sem território fixo.

A arquiteta Ariadne é colocada dentro de um sonho compartilhado e compreende ter conversado durante uma hora com Sr. Cobb, no sonho, até que a questão da velocidade é posta: “Durante o sonho sua mente funciona mais depressa, por isso o tempo parece fluir mais devagar”, cabendo a classificação da virtualização, em que ocorre uma invenção de velocidade espaços-temporais mutantes. “5 minutos na vida real equivalem a uma hora de sonho”. A fala: “Os sonho tornou-se a realidade deles” – referente às pessoas que vão até Yusuf (químico) conectar-se para sonharem cerca de 4 horas seguidas, como única forma de poder sonhar – mostra a ideia de reinvenção de realidade. O sonho passa pelo Efeito Moebius, sendo considerado objeto alienador, em que o homem sofre reificação, redução à coisa, ao “real.”

“Nunca recrie lugares de suas memórias, sempre imagine lugares novos! […] Construir sonhos de memórias é o modo fácil de não distinguir a realidade do sonho” fala Coob, ao planejar sonhos sobrepostos de três níveis para arquitetar a inserção proposta no início do filme. Com uma equipe formada por seis pessoas, tais quais: O que fez a proposta (Saito) + Operador do plano (Sr. Coob) + Arquiteta (Ariadne) + ladrão falsificador (Eames) + químico (Yusuf) + filho herdeiro (Fischer). Com o suporte de um produto químico que os fazem terem sonhos profundos, é estipulada a duração de 10 anos dentro do sonho. Nestes, quando a pessoa morre vai para o limbo, não acorda.

A morte na vida real é a realização principal do homem, no sonho ela é uma passagem para o plano atual (atualização), e no sonho compartilhado, sobreposto e com forte sedativos, ela é um caminho para o limbo (espaço do sonho não construído, subconsciente infinito), que é o local em que sua esposa está presa por memórias que ele(Coob) construiu. Uma vez no limbo, esta passa a ser sua nova realidade. Coob e sua esposa já ficaram décadas presos lá, quando acordaram Mal estava diferente, achando que a realidade era de fato o limbo, e queria voltar, porém Coob soube diferenciar os planos. Queria “acordar para voltar à realidade” e acreditava que a morte (atualização) era a passagem para a realidade (atual).

Primeiro Plano: Saito sofre acidente com grande risco de morte. Segundo Plano: Dentro de uma van, onde o Yusuf é o único que não participa. Convencem Fischer a tentar descobrir o segredo do cofre com seu tio, Peter Browning, fazendo-o dormir. Todos entram no subconsciente do Fischer e vão para o Terceiro Plano. As diferenças das velocidades temporais dos sonhos dentro de outro também mudam, enfatizando a superfície virtualizada. Coob e Ariadne entram em outra camada de sonho (Quarto Plano), no mundo que Coob criara com sua esposa. Ele revela que já fez uma inserção em sua mulher, implantando a ideia nela de questionar a realidade. Faz uso de um totem, objeto potencialmente pensado para identificar quando o indivíduo está no sonho de outra pessoa – que é atual e pode ser levado para a plataforma virtual. É uma solução(atualização) para não perder a noção da realidade, pois ele é utilizado no plano virtual. Sua esposa havia escondido seu totem de modo estático, que lhe permitira saber se estava sonhando. “A verdade que ela conhecera, mas escolheu esquecer”. Até que Coob o descobre e por meio da infiltração coloca-o girando, implantando a ideia de que seu mundo não era real, fazendo a sua esposa pensar na morte como única solução. A ideia cresceu nela e mesmo quando voltaram para a vida real, ela não acreditou que estava de fato vivenciando aquilo.

Ao voltarem para a camada de sonho, onde se encontravam na van, Fischer prova o sucesso do planejamento: “O testamento significa que meu pai queria que eu fosse eu mesmo. Não que eu tentasse imitá-lo. É o que vou fazer, tio Peter”. Voltam para a vida real e Coob consegue ver seus filhos, como combinado, porém no encontro ele usa seu totem e o filme se encerra com este objeto em movimento – quando o totem gira é sinal de que a superfície não é real, algumas partes do filme mostra ele parando de rodar – o que deixa uma grande dúvida acerca da realidade, ademais na questão do fechamento do quadro no filme, em que não se sabe se ele ficou estático ou não.

Texto Giovânia de Alencar

A Origem e Pierre Levy

Como é o filme a Origem? Pode-se dizer que é um filme muito complexo, mas se for parar para pensar, é muito simples. O filme conta com protagonistas que roubam informações dentro da mente de outra pessoa. Isso é a especialidade deles. Porém, por vontade de rever sua família, eles recebem a missão de inserir, ou plantar uma ideia para dividir um império econômico de um herdeiro

Na trama, você percebe claramente a inserção dos conceitos de Pierre Levy, como: Atual, Atualização, Virtual e Virtualização. Mas como ele insere o virtual? O conceito da trama pode-se dizer que é o virtual, pois eles entrarão dentro da mente de outra pessoa (nos sonhos), e dentro dessa mente, eles tentarão completar sua missão, que é a de roubar uma idéia, ou implantar informações. Porém, para completar determinada missão, eles precisam primeiro enfrentar o processo de atualização, pois em determinado momento do filme, eles precisam planejar o ataque à mente do alvo (Fischer). Após esses processos, eles enfrentam problemas, devido ao treinamento de Fischer contra esses "invasores" de sonhos, eles precisam solucionar esse novo problema, ou seja, passar por cima da "defesa" de Fischer, e isso classifica-se como a virtualização. O atual está presente nas partes do filme em que as idéias viram reais. A de entrar no sonho, implantar informação, realizar os seus objetivos. Para o protagonista, o realizar dessas missões, é poder conseguir rever sua família nos Estados Unidos.

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Será que foi só um sonho? Jéssica Malheiros


No filme A Origem o ator Leonardo  Dicaprio interpreta o personagem Cobb, um especialista em entrar nos sonhos alheios para roubar informações. Seu grande desejo é voltar para perto de seus filhos, nos EUA, mais para isso Saito (Watanabe) lhe propôs um “último trabalho”; inserir uma ideia na mente de seu concorrente, Fisher (Cillian Murphy), o herdeiro de um império econômico, em troca terá todas as acusações retiradas. Junto de sua equipe, seu parceiro Arthur, Eames, que personifica pessoas em sonhos, Yusuf, um químico e Ariadne, a arquiteta que construirá o lugar a qual o sonho passará, Cobb implantará a ideia de desmembrá-lo.

Girando em torno dessa busca percebemos que o virtual prevalece na maior parte das cenas, como no momento em que Cobb planeja – se, junto da sua equipe, para inserir a ideia na mente de Fisher por meio do sono, ou seja, a ideia não materializada ainda.
Para que o virtual se materialize é necessário o processo de atualização que é visto na cena em que Fisher tem seu pensamento mudado, pois antes tinha em sua mente que era rejeitado pelo pai, e o objetivo é que Fisher reconheça que era amado.

Com a ajuda de sua equipe, conseguem entrar no subconsciente de Fisher, porém são surpreendidos, pois sua mente estava bloqueada com atiradores, formando sua defesa. Nesse momento vemos o processo de virtualização, pois faz se necessário um plano B a fim de solucionar os problemas surgidos.

O atual acontece no final do filme quando Cobb consegue finalizar sua missão de dividir o império que Robert herdou de seu pai, podendo retornar para casa para rever seus filhos. Por fim, a ideia se materializa.


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“A ORIGEM” COMO ABSTRAÇÃO DA REALIDADE


Ao longo da história, a humanidade tem se consolidado como um elemento físico fundamental para a construção de um universo real que está em constante mutação e que converge dois mundos da aparência diferente, mas eles representam um relacionamento em sua origem, estas são: o mundo atual ou físico e o virtual ou baseado no abstrato.
Reconhecendo isto e baseado no preceito de que o mundo virtual é a base para a construção do que pode ser tocado (notar que não só é isso), é interessante e necessário fazer uma série de questões sobre a origem humano, pois com respeito disso, é reconhecido o homem como produto de uma ideia, mas é possível perguntar de quem ou de que, o que espontaneamente permite gerar uma série de hipóteses sobre sim o homem já é um elemento materializado ou sua existência ainda é uma ideia e portanto, tudo o que surge a partir dele é totalmente abstrato, que em parâmetros diários só poderia ser uma ideia que carece de grande mérito .
Com respeito disso, o filme “A origem” permite começar um debate sobre a materialização ou não da vida e das ações humanas, especialmente porque como se torna evidente nesta, as relações sociais, a arquitetura, os negócios e a vida diária em geral, que embora são reais, podem ser ainda um desenvolvimento das ideias dentro mapas mentais, mas não dentro de um espaço físico.
Apresentando neste debate das realidades como noções físicas, virtuais ou ambas,  é interessante fazer um analise entre esse filme que mostra uma série de conflitos humanos e o texto "O Que é ou virtual? " de Pierre Lévy , tentando ilustrar os processos naturais e as variações diárias (atualização- virtualização) com o questionamento de sim o que nós consideramos realmente físico é ou não.
Em primeiro lugar, é necessário reconhecer os elementos nomeados virtuais no filme de análise, de acordo com o processo estabelecido por Pierre Lévy, pois os acontecimentos diários e atualidade surgem como resultado de uma idealização.
Começando dali, o filme é baseado num processo virtual complexo, pois os sonhos são feitos e como tal, estes serem os protagonistas ao longo do produto audiovisual. No entanto, estes especificamente em sua implementação terminam sendo atualizações, pois eles dão a solução para um problema, o qual é: A introdução de ideias na mente de outra pessoa e assim, chegar a um propósito particular (atual). A partir daí, surge uma ideia (sonho), mas é incorporada em um estado virtual (atualização), devem ser apresentada em seu desenvolvimento a novas questões e desafios (virtualização), então sim, obter um resultado tangível (atual), sendo este processo realizado em mais de uma ocasião e em diferentes circunstâncias.
A ideia de introduzir uma ideia em outra mente acaba sendo o ato virtual macro do filme, bem como indiretamente é o fato de que o protagonista reconhece que sim ele introduz uma ideia na mente de um indivíduo, cumprindo bem o trabalho para o qual foi recrutado, pode entrar a seu país e ver seus filhos depois de um longo tempo, pois por causa de uma série de processos atuais, sua vida se transformou em uma realidade de fugitivo. Embora e conforme com a ideia macro do filme, o feito do planejar de que precisa de três níveis de sonho para fornecer essa ideia planejar uma “chuta” para despertar do sonho, a ideia de sentir dor em sonhos, entre outras coisas, também chegam a ser reconhecidos como virtuais em sua idealizacao, porque precisavam ser pensados em primeira instância para chegar a ser realizados, embora sua natureza é baseada na atualização pois o desenvolvimento destes é constituído como uma solução ao problema macro.
Essas atualizações além de ser observadas na execução das ideias já mencionadas, se encontram postas em pratica no fato concreto de injetar sedativos e começar a sonhar, porque esta é a principal solução para a virtualidade que foi identificada. Adicionalmente, se reconhecem outros elementos que tendem a complementar uma fase de atualização, tal como a música, pois essa termina sendo crucial para o estabelecimento do "chato" enquanto por meio dela é desenvolvido um processo de sincronização entre os diferentes sujeitos que participam do sonho e que permitir-lhes despertar na hora certa.
No que diz respeito a isso, é possível reconhecer que a fase de atualização pode também ter um caráter virtual e atual ao mesmo tempo, pois no primeiro exemplo, a atualidade foi parte fundamental porque o fato de ser sedado pode ser observado e foi criado numa forma física. No entanto, no segundo caso, pode ser definido um debate, pois no primeiro lugar deve definir-se a caracterização da música, porque ainda que seja composta por um número de elementos atuais (letras musicais, instrumentos musicais, sons, etc.), sua formação total acaba sendo interessante porque embora a música seja ouvida e seja feita, não pode ser palpável, sem embargo pode sentir-se e como é reconhecido, os sentimentos são virtuais, de modo que pode concluir-se como um elemento de dupla caracterização, estabelecendo da mesma forma a noção de atualização.
Continuando com o processo proposto por Pierre Lévy, pode-se identificar no filme uma serie de problemas que são chamados virtualizações e que são apresentados durante os fluxos de ação. Entre os eventos mais representativos está a noção de tempo como elemento completamente virtual não apenas em sonhos, também na atualidade, pois tem um caráter subjetivo, dadas as circunstâncias, mas especificamente é constituído como um problema, porque enquanto eles estão levando a cabo o plano de ação, o tempo limita a duração de cada uma das atividades em cada um dos níveis de sonho, sendo um fator determinante, porque se não é executado  onde corresponde, poderia estar causando a morte de algum(s) dos indivíduos .
Outra das problemáticas mais importantes do filme, ou seja das virtualizações, é a construção de mundos nos sonhos a partir de memórias, pois como foi apontado pelo protagonista, é possível perder a noção do que é real (no filme a palavra real corresponde ao conceito de atual, o que se torna debatido no texto de Lévy enquanto o autor reconhece que tanto o atual como o virtual é real, portanto, neste caso, seriam tomadas como real o atual) e o irreal, o que é exemplificado pela esposa deste último, porque durante os 50 anos que estiveram no limbo (para Pierre Lévy isso é identificado como possível) , estavam construindo seu mundo a partir de suas memórias , de modo que quando acordo desse sonho, a mulher pensou que ainda estava sonhando e cometeu suicídio –pois outra solução (atualização) para acordar do sono é a morte, embora, quando não este sedativo, porque em caso contrário pode chegar ao limbo- porque ela pensou que agora sim chegaria a sua atualidade, o que só terminou com um fato atual: a sua morte (fluxo: virtual (sonho/ limbo ) – Atualização (morte para acordar do sonho)- atual (de volta à realidade) - virtual (ideia de que ainda está sonhando) - atualização (suicídio como uma forma de "acordar" - atual (morte)). Além do posicionamento das memórias dentro de sonhos, também é de ser mencionado o envolvimento das projeções mentais como virtualização, pois elas distanciam o caráter de sua fim atual e afetam o subconsciente durante os sonhos de trabalho.
Outra das problemáticas e/ou virtualizações observadas é a militarização observado durante os sonhos, pois ao personagem que queriam introduzir uma ideia tinha recebido treinamento para impedir que fossem abstraídas ideias e ao entrar no subconsciente dele ocorreu durante o sonho uma série de confrontos, levando ao fato de atirar a um dos membros da equipe, de modo que houve uma virtualização: a possibilidade de que essa pessoa morrera após o disparo e se isso acontecia, entraria ao limbo, pois não poderia acordar por causa do forte sedativo que tinha sido injetado.
Finalmente, é possível reconhecer os aspectos atuais do filme que à semelhança do virtual, são poucas, pois são as fases mais precisas e específicas do processo proposto por Pierre Lévy.
Neste caso, o atual do feito é dado na introdução da ideia ao filho do personagem empresário, para que ele entendera que tinha que fazer a sua própria vida e não a de seu pai, como o fato de que o protagonista conseguia encontrar suas crianças sem problema, depois de ter sido considerado culpável pelo assassinato de sua esposa e graças ao trabalho que ele fiz (introduzindo a ideia) pode se livrar das acusações (apesar de que isso é captado ou discutido por aqueles que veem o filme, porque nunca é explicitamente indicado e o fim é aberto).
Ao mesmo tempo e da mesma maneira que os processos virtuais, os processos atuais foram desenvolvidos no filme de forma constante, como era acordado e não sonhando, com feitos tais como: a pesquisa da equipe para a introdução da ideia, a relação do protagonista com o pai, a implementação de um totem como existe no atual como um equilíbrio e reconhecimento de que esta vivendo fisicamente, também o significado e a importância das leis da física, porque nos sonhos eles não têm validade, entre outros.
Geralmente o filme tal como o previsto por Lévy prossegue da seguinte forma: é proposta a ideia de querer introduzir ideias no subconsciente de um indivíduo (virtual), entra-se em um sonho para chegar a esta introdução, isso em quatro ocasiões (quatro níveis virtuais), mas ele vai ser alternado entre atualização e virtualização enquanto é planeado cada nível de sono como uma atualização que vai ter uns problemas como o tempo, a militarização do subconsciente, as lembranças, entre outros (virtualização) e ao ser totalmente resolvidas vêm para a introdução da ideia e à reunião de família (atual) .
O anterior que se bem é um pouco complexo no posicionamento de sonhos dentro de sonhos, na atualidade não é só feita de forma consistente com um sonho de dormir, também por meio da imaginação, ideias, lembranças, também permitindo os espaços virtuais dentro dos atuais, tinindo como exemplo base a Internet, de modo que a abordagem de Lévy é evidente, não só na película, mas também, na realidade (tendo tanto o real como o virtual).











A Origem

O filme “A Origem” de Christopher Nolan, conta a história de um grupo de pessoas que rouba informações confidenciais a partir do inconsciente dos sonhos de suas vítimas. Em seu último trabalho Cobb tem que fazer uma intercessão de uma ideia, partindo do princípio que é possível retirar ideias, existe também a possibilidade de plantar uma ideia que irá crescer no inconsciente de sua vítima, sabendo dessa possibilidade o protagonista aceita a proposta de trabalho.

Por diversas vezes, o enredo do filme pode ser analisado sob a ótica das ideias de Pierre Lévy, no texto "O que é virtual". Já nos primeiros segundos, o filme inicia em na esfera do virtual, onde Cobb está resgatando Saito do Limbo. O filme passa por uma virtualização a cada aparição de Mal ou dos filhos de Cobb que deslocam a consciência do personagem a um novo nível de complexidade. Assim como, podemos encontrar virtualização a cada  novo nível invadido no subconsciente. 
   
Uma acontecimento reorganiza a problemática anterior, ou seja, após descobrirem que o subconsciente de Fisher estava treinado para uma tentativa de roupo de ideias, e por isso “militarizado”, uma virtualização aconteceu, seguida de uma atualização com a resolução das tensões encontradas.

É possível encontrar o atual, em alguns momentos do filme, como algumas poucas conversas com Saito no início do filme, a busca por novas pessoas para trabalhar na "missão final" e ao final quando o protagonista reencontra seus filhos e ao avistar o rosto deles se torna a maior prova da realidade presente no momento, deixando de ser importante a resposta do totem. 

Abaixo uma imagem que mostra os níveis do subconsciente e os respectivos personagens que participaram de cada momento: ( O que implica Virtualização a cada de nível aprofundado no gráfico e atualização a cada solução encontrada para sair labirinto criado no virtual, buscando voltar para o atual).


O real e o virtual no filme "A Origem"

O virtual é o processo de atualização, sem chegar ao estagio final, no filme, a ideia de implementação de outra ideia na cabeça do filho do empresário foi virtual. Já o atual é a realização do processo que pode ser notado no fim do filme,  quando a ideia consegue ser implantada e o objetivo final é alcançado. Diante desses dois termos há ainda o processo de virtualização,  que é quando se chega ao objetivo final, mas surgem novos pontos a serem resolvidos,  o processo de "aparição de problemas" é chamado de virtualização, que pode ser ilustrado na cena em que há um tiroteio inesperado no sonho graças ao sistema de defesa do herdeiro, que havia feito um curso de proteção de sonhos, e o plano não sai como planejado, esse processo de criação de novos desafios a serem pensados é a visualização.  Por fim, nota-se ainda no filme a atualização,  que pode ser considerado o processo em que o virtual se torna atual, no filme pode ser notado no processo entre a ideia do sonho e a escolha da equipe, do local, do horário,  o planejamento para que se tornasse atual o virtual.

Conceitos de Pierre Levy e "A Origem"

"A origem", filme de Christopher Nolan, conta a história de Dom Cobb. O homem, representado por Leonardo Dicaprio, faz parte de uma equipe que é capaz de penetrar nos sonhos das pessoas, desvendando assim os mistérios de suas mentes e mantendo controle sob suas ideias. A trama se inicia quando Cobb é desafiado a entrar no sonho de Richard Fischer, herdeiro e com posses cobiçadas por Saito.

A relação com o texto de Pierre Levy pode ser feita de maneira bem simples. O conceito de "atual" pode ser atribuído aos momentos em que os personagens do filme não estão em atividade de invasão e sim se portando como pessoas normais que dialogam/se entendem/vivem com suposta naturalidade, como quando Cobb se mostra culpado pela morte de sua esposa. ''Atualização'', no entanto, já  seria o convite de Saito e os planos gerados a partir da decisão de invadir a mente de Fischer.

A virtualização estaria presente da defesa do herdeiro, já pré-programada, que não permite que a equipe consiga obter êxito facilmente. O virtual, então, se daria a partir da sensação de realidade vinda do sonho dos personagens, pois, apesar de que quando sonhamos estamos tecnicamente "fora de nós", aquilo, naquele momento, nos parece real.

A virtualização da Origem

A Origem (Inception, em nome original) trata de um assunto particularmente interessante e que provavelmente todos já desejaram que fosse possível: adentrar a mente de alguém através de um sonho. Quão impressionante e surpreendente seria conseguir participar dos sonhos de outrem e descobrir seus segredos, medos, angústias, crenças?

Dom Cobb, personagem principal do filme interpretado por Leonardo DiCaprio é o melhor nesse ramo. Com seu inseparável amigo e parceiro Arthur, eles aceitam contratos de superpoderosos para descobrir segredos de grandes empresas rivais. Enquanto tentava descobrir sigilosas informações sobre um empresário chamado Saito, uma falha na arquitetura do sonho estraga o plano e a missão falha.

Depois de despertos, Saito o faz uma proposta perigosa, porém tentadora: caso Cobb consiga implantar uma ideia ao invés de apenas descobrir algo, ele lhe concederia a possibilidade de voltar ao seu país e seus filhos – algo que havia sido negado a ele por ser suspeito da morte de sua esposa (que faleceu por acreditar que sua realidade ainda era um sonho). Motivado pela oportunidade de voltar pra casa e ver seus filhos, Cobb monta sua melhor equipe e cria um plano para conseguir fazer a “implantação”.

Podemos fazer uma ligação do filme com os conceitos de atual e virtual de Pierre Lévy, onde o virtual é uma ideia a ser concretizada e o atual é a própria ideia materializada. A virtualização corresponde a um problema que surge no meio do caminho e você tem que pensar em uma solução para resolvê-lo e atualização é quando você já encontrou a solução e a põe em prática. Há ainda a realização, que é algo que acontece independentemente de você conceber uma ideia antes ou não.

A ideia de invadir um sonho existe, apesar de não ser concreta, portanto, é virtual. Quando o objetivo é alcançado, ou seja, quando você realmente consegue entrar no sonho, aquilo é o atual – você concretizou uma ideia, ou vontade. A tentativa de implantar um novo pensamento na mente de alguém representa um desafio e problemas a serem enfrentados, sendo então o processo de virtualização.

Quando a ideia é implantada, o novo desafio é conseguir o impulso para acordar apesar da quantidade de sedativos – e a esse processo chamamos de atualização, que é o caminho para transformar o virtual em atual. Nesse caso, o atual é quando a equipe acorda e percebe que o objetivo foi alcançado.

Exemplos de realização podem ser causas naturais, como chuvas, ou no caso do filme, o próprio tempo: você não pode impedir que ele acabe – e ele pode acabar antes de você conseguir concluir sua missão no sonho.

No fim do filme, o peão de Cobb não parou de rodar. Isso cria uma novo processo de virtualização para os espectadores: acreditar ou não se Dom Cobb conseguiu voltar para a sua família. Nossa conclusão é o atual. 



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