A Origem e O que é Virtual
O filme de ficção científica, “A Origem”, tem como tema central o ambiente dos sonhos. Parte do princípio de que a nossa vida gira em torno deles, os quais guardam os nossos segredos mais íntimos, que tornam-se vulneráveis à diversas ameaças externas, principalmente, à própria mente humana.
Diante de tal situação, o empresário japonês Saito quer quebrar as fronteiras de tais sonhos íntimos e pessoais. Para isso, tem como alvo seu maior concorrente, Fischer. Cobb, um ladrão especializado em roubar segredos, recebe a missão de usar os sonhos de Fischer para implantar a origem de uma ideia de Saito, a qual é fazer cO filme de ficção científica, “A Origem”, tem como tema central o ambiente dos sonhos. Parte do princípio de que a nossa vida gira em torno deles, os quais guardam os nossos segredos mais íntimos, que tornam-se vulneráveis à diversas ameaças externas, principalmente, à própria mente humana.
Começemos pelo conceito de “Virtual”. Ao contrário do que muitos imaginam, o termo não se restringe ao ambiente da internet e das demais tecnologias. De acordo com Pierre Lévy, “Virtual” é tudo aquilo que existe enquanto potência, mas não em ato (exemplo: ideias, projetos e projeções). É aquilo não materializado.
Podemos encontrar tal conceito no filme em diversas cenas, dentre as quais podemos destacar os próprios sonhos das pessoas, o desejo de adentrar nas mentes dos seres humanos e o projeto inicial de implantar a ideia da divisão de bens na mente de Fischer, que, no início, não passa de uma projeção, ou seja, ainda não havia nada concretizado.
Partamos para o próximo conceito: “Atual”. Diferente do Virtual, o “Atual” já se encontra materializado, presentificado. É algo “tocável”. Em “A Origem”, as cenas em que todos estão acordados são tidas como atuais, assim como o tiro que acerta Saito, já que este sente a dor da bala que o atingiu.
Também temos trabalhado no filme o conceito de “Atualização”. “Atualização” é o caminho percorrido até a materialização do desejo, ou seja, até o “Atual”. Porém, esse não é um processo contínuo. A todo momento surgem problemas que impossibilitam tal caminho sem interrupções. Isso é o que chamamos de “Virtualização”, que é a passagem de uma solução dada para outro problema, ou seja, a transformação da solução (“Atual”) em problema (“Virtual”).A “Atualização” pode ser encontrada desde o recrutamento das pessoas (Ariadne, Eames e Yusuf) para ajudar Cobb na sua missão, até o momento em que os “ladrões de segredos” adentram nas mentes humanas, no caso, Cobb tentando implantar uma ideia na mente de Fischer.
Já a “Virtualização” encontra-se em todas as barreiras encontradas até o fim da missão, dentre as quais destacamos as projeções de Fischer, as quais deixam Saito ferido e as projeções de Cobb (Mal, sua falecida esposa, que também dificulta a missão do investigador).
No final do filme, não sabemos se tudo o que se passou foi um sonho (“Virtual”) ou se foi realidade (“Atual”): Cobb toma seu totem, um pião (que, na verdade, pertencia a sua esposa), e gira-o sobre uma mesa. Como não sabemos se o pião cairá ou não, não temos certeza da veracidade da história.
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