quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Encontrando um não-lugar em “O Terminal”


- Aonde você mora?
- Aqui, no aeroporto.
- Engraçado, passo tantas vezes por aqui que tenho essa mesma sensação.

O diálogo transcrito acima do filme “O Terminal” é a base de todo o debate sobre o conceito de não-lugar. A conversa entre Viktor Navorski (Tom Hanks) e Amélia Warren (Catherine Zeta-Jones ) expressa a realidade vivida por Viktor, preso no aeroporto impossibilitado de sair do aeroporto pois não tem o visto para entrar no Estados Unidos e Amélia uma aeromoça que viaja por vários países a trabalho.

O conceito de não-lugar mostrado no filme nos remete a imaginarmos outros não-lugares do nosso dia-a-dia. Aeroportos, lojas, terminais de ônibus e até mesmo nossa casa, podem ser um não-lugar quando analisada a rotina do indivíduo.

Em uma sociedade onde as pessoas tem o tempo diário totalmente preenchido é mais do que normal, simplesmente “passar” por lugares. Esses ambientes visitados acabam passando de forma despercebida.

A normalidade de simplesmente passar sem notar ou ser notado em determinados lugares tem gerado cada vez mais um afastamento das pessoas com os lugares que elas convivem. Não perceber paisagens ao redor ou pouco notar as pessoas que trabalham nesses lugares são exemplos disso.

E a relação com as outras pessoas? E o interesse de se conhecer um pouco mais sobre o locais não-lugares? Isso tem se tornado pouco importante, porque não podemos parar nossos afazeres diários para buscar um conhecimento além do que nos é repassado.

Com essa ideia e com uma visão de sociedade cada vez mais limitada, os indivíduos vão mergulhando em um individualismo sem precedente e sem interesse algum de tentar melhorar o que está ao nosso redor.


João Bandeira Neto
Seg /Qua - AB

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