quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Não sou de nenhum lugar, sou de lugar nenhum

A adaptação de Viktor no aeroporto representa uma situação que pode ser interpretada com outros exemplos, como um mendigo que vive em um local que ele adaptou como a sua casa. Da mesma forma, o local não é tido como um "lugar" e ele vai criar uma relação de adaptação que acaba mudando o conceito dessa localidade. Assim é no terminal, onde Viktor está convivendo com pessoas do mundo inteiro e que estou apenas de passagem. O que seria apenas um canal para a sua saída do aeroporto, virou uma forma de encarar o seu obejtivo da viagem. Persistente, aprende a ganhar dinheiro com os carrinhos e depois consegue até um emprego. Com o passar do tempo ele já tem uma visão setorial de como as coisas funcionam. A partir daí é que o terminal virou um lugar para ele. Talvez a melhor mensagem do filme seja mesmo esta: provar que o homem é do mundo e não só de um lugar (o país de origem de Viktor). Junto com esse conceito, está a postura de flanêur que ele precisa ter para organizar a sua vida dentro do aeroporto. É observando os funcionários e vagando pelos setores que ele descobre os detalhes e passa a dar valor aos objetos e comportamentos que pertencem ao local. A cena que mostra os policiais reunidos observando Viktor aprender a ganhar dinheiro prestando um serviço ao aeroporto é a completa definição do protagonista como um flanêur. Ele ronda o aeroporto como uma pessoa que lê um livro atentamente para não se perder na história.





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Maira Gall