sexta-feira, 9 de setembro de 2011

A mudança: Não lugar passa a se tornar lugar.


Em "O Terminal", filme dirigido por Steven Spielberg, podemos trabalhar mais a fundo o conceito de "não-lugar".

Basicamente, o filme conta a história de um cidadão que viaja para Nova York, mas não consegue entrar no país. Sem poder voltar para seu país, Viktor improvisa um novo "lar" no aeroporto. Passam-se meses até que sua situação enfim volte ao normal. Neste meio tempo Viktor faz algumas adaptações para conseguir sobreviver no terminal, como por exemplo, tomar banho na pia, juntar cadeiras para formar uma cama, trabalha junto aos operários na manutenção do próprio aeroporto para conseguir comprar comida. Parece cômica essa transformação do não lugar para lugar, pois não é algo convencional. Conhece muitas vezes pessoas estranhas, de diferentes países e que estão apenas de passagem em um espaço nem um pouco familiar.

Hoje em dia vivemos mais em não-lugares do que em nossa própria casa. Somos bombardeados ao longo de um dia inteiro, sendo tudo muito veloz. Velocidade essa que está nos deixando cada vez mais sem o “lugar comum”, sem nos “fixarmos” ou pararmos para um descansinho de 5 minutos. Devido a velocidade que tudo percorre e do fluxo de informações, vivemos e estamos cada vez mais nos espaços públicos, o que nos coloca sempre em uma situação de passagem. Almoçamos em restaurantes, lemos e fazemos novas amizades nos ônibus, dormimos em filas de espera, ligamos o nosso notebook em banquinhos da universidades e assistimos televisão em salas de espera... Os não lugares deram nova forma ao mundo, mas o retorno ao lugar é imprescindível.

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