segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Quando "OTerminal" vira um Lugar


Baseado em fatos reais, o filme “O Terminal” conta a história de Viktor Navorski, interpretado pelo ator Tom Hanks. Viktor é um cidadão da Europa Oriental que viaja rumo à Nova York justamente quando seu país sofre um golpe de estado, o que faz com que seu passaporte seja invalidado. Ao chegar ao aeroporto, Viktor não consegue autorização para entrar nos Estados Unidos. Sem poder retornar à sua terra natal, já que as fronteiras foram fechadas após o golpe, Viktor passa a improvisar seus dias e noites no próprio aeroporto, à espera que a situação se resolva. Porém, com a situação se arrastando por meses, Viktor permanece no aeroporto e passa a descobrir o complexo mundo do terminal onde está preso.

Mais uma vez assisti a esse filme. Engraçado como depois de algumas aulas da disciplina de Sociedade de Informação e novas Tecnologias eu pude facilmente associar o filme ao conceito de lugar e não - lugar.

Diariamente, milhares de pessoas passam pelos aeroportos, fazendo desse local um lugar de passagem, ou seja, um não – lugar. Você vai lá, passa pouco tempo e logo vai embora. Mas e quando o terminal vira um lugar?

É o que acontece no filme. Viktor Navorski, sem poder sair do terminal e sem conhecer a língua americana faz do aeroporto um lugar, ou seja, ele aprende a língua nativa, sobrevive de “bicos” que consegue lá dentro, faz dos bancos de espera sua cama, enfim, se habitua a um novo estilo de vida e de lugar.

Hoje, muitos não – lugares se tornam lugares. Como por exemplo o estágio ou trabalho. Você passa a maior parte do dia trabalhando e convivendo com outras pessoas em um lugar que não é a sua casa. Ela vira apenas um lugar para comer e dormir ou talvez só dormir. É o meu caso, e tenho certeza que o seu também. A casa, que tinha todo um conceito de lugar, porque gera a idéia de conforto, segurança, já que era onde você passava a maior parte do tempo e usava para todas as suas necessidades físicas, agora é um lugar de passagem.

E é mais ou menos isso que o filme tenta mostrar. Um homem que é “forçado” a fazer de um aeroporto o seu lugar. Olha só, um encontro romântico geralmente é feito em restaurantes ou em um lugar especial. No caso do Viktor, ele se apaixonou dentro do aeroporto e teve seu jantar romântico, adivinha onde: no terraço do aeroporto! Todos os seus hábitos foram reinventados e a cidade de Nova York virou um não – lugar, afinal, ele foi lá de passagem e só conseguiu ficar na cidade livre por 24 horas.

Nenhum comentário

Postar um comentário

© SITe
Maira Gall