E descobrir que quem se opõe ao Virtual é o Atual.
http://antropologiassociativa.files.wordpress.com/2010/06/deleuze_1996_o-atual-e-o-virtual_bookchapt.pdf
Pode parecer fácil antagonizar o conceito de Virtual. Um olhar simplista
automaticamente leva ao Real. A ideia
de que a virtualidade corresponde ao mundo do intangível, encaminha o
pensamento ao oposto: a realidade é palpável.
Não se trata de uma relação errada, mas de uma visão
superficial do que é virtual. Graças a pensadores como Pierre Lévy, equívocos
como esse são desfeitos. Segundo ele, a partir do pensamento filosófico, Virtual remete a potência, o que pode
vir a ser. Algo que ainda está para “acontecer”, o que não quer dizer que não
exista. A ideia está lá, todo seu molde, sua configuração.
Lévy usa uma semente para ilustrar o conceito. Sabemos que uma semente pode “vir a ser” uma árvore. Portanto, a árvore é a virtualização da semente.
Então a árvore não seria o real? Não. A árvore é aquilo o
que se tornou a semente. É a mudança, a atualização. O atual é “a solução de um
problema”, é a constituição do que estava predefinido, indo além da realidade.
E mais: o atual possibilita uma nova virtualidade. Digamos que a árvore (atual),
pode dar frutos ou não, pode morrer logo ou viver 100 anos. Todas essas
probabilidades são novas virtualizações e o que acontecerá é uma nova
atualização.
Para clarificar um pouco mais os conceitos de virtual e
atual, uma dica: dá um F5. Se algo mudar, você estava numa virtualidade que se
tornou atual e que volta a ser virtual antes do próximo clique.
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