Vamos começar pela Fortaleza das praias: nela está sempre ensolarado, o mar tem uma maré agradável onde banhistas e surfistas se deleitam. As crianças brincam na areia e nas piscinas salgadas feitas pelo próprio mar. O vendedor de picolé, camarão, coco ou bijuterias, passa chamando a atenção. E ali, naquele momento, Fortaleza tem uma linda versão.
Agora vejamos a grande e agitada Fortaleza, onde o movimento nas ruas começa cedo, e ás 7:30 da matina já existem engarrafamentos que tiram a paciência de trabalhadores e estudantes. E enquanto o engarrafamento para a cidade, sua aparência continua em movimento: lojas abrem e fecham, outdoors são trocados, prédios são demolidos e construídos, muros são pichados e pintados. E o fortalezense, apressado, nem percebe.
Toda cidade tem seu lado miserável e a minha fortaleza não é diferente. Nessa Fortaleza existem favelas que abrigam uma parcela considerável, porém esquecida da cidade. Esquecida propositalmente. Uma parte da cidade onde pessoas vivem em casas precárias, se tiverem um lugar pra chamar de casa. Essa Fortaleza está em todos os lugares: Na criança que pede dinheiro no sinal, no rapaz que limpa vidros de carros por alguns trocados, está na pessoa que, enquanto estamos em um restaurante ou em uma festa curtindo a noite,está na rua a noite toda ´guardando´ nossos carros. Pessoas que nos negamos a enxergar.
Enfim, essas são as Fortalezas que vivo, além daquela que muitas vezes me apresenta mais dificuldades do que eu gostaria. Não tenho amor por Fortaleza, mas é aqui que amo viver.
Iana Couto
Iana Couto
Nenhum comentário
Postar um comentário