Ciberespaço (Cyberspace
no original, em inglês) é um termo que foi cunhado na década de 80 por William
Gibson, o escritor norte-americano considerado o pai da literatura cyberpunk, no seu livro Burning Chrome e popularizado no seu
sucesso comercial: Neuromancer. A
concepção atual do termo não é apocalíptica como a de Gibson, mas, de qualquer
forma, o autor é consagrado por ter antecipado, ainda em 1982, uma
característica tão marcante e tema de tantos debates da sociedade moderna. Em
poucas palavras e de maneira demasiadamente objetiva, o Ciberespaço é o
ambiente não físico, intangível, formado pelo fluxo de informações criado pela
conexão dos meios de telecomunicação, através dos quais o homem pode adentrar e
participar de maneira não física.
Apesar da curta definição, o conceito de Ciberespaço é muito
mais complexo do que parece, pois é necessário levar em consideração questões profundas
quando se pensa no homem como habitante desse espaço virtual (trazendo a tona o conceito de Cibercultura). Portanto, é importante refletir sobre as
diversas características sociológicas e filosóficas desse ambiente (a
virtualidad;, a ausência de fronteiras; liberdade e controle; a
reorganização de poder; a sua organização à semelhança de um espaço físico “real”;
a sua qualidade de hipertexto; a relativização das distâncias e do tempo; e
tantas outras); como o homem se relaciona com esse lugar não físico, virtual,
mas dotado de organização social própria em alguns casos (até mesmo de
hierarquia, leis e moeda própria nos casos de jogos online); e, mais importante, quais as consequências sociais,
políticas e econômicas desse fenômeno para a sociedade, quanto da interação do
homem com o Ciberespaço traz consequências negativas e valida a visão
apocalíptica de William Gibson e quanto dessa relação é positiva, segundo Castells
(2005): a gênese de um novo mundo.
Para deixar claro um ponto em que muitos se confundem ao
tratar das definições de Ciberespaço, Internet e redes, é conveniente citar um
trecho de um artigo de mestrandos em Educação Tecnológica pelo CEFET-MG:
Segundo Jungblut (2004), é preciso, em
primeiro lugar, distinguir o ciberespaço de redes telemáticas, pois há uma
confusão conceitual posta em curso. A telemática traduz a CMC (Comunicação
Mediada por Computadores), ou seja, a comunicação à distância via informática.
Já o ciberespaço é um ambiente virtual que se utiliza destes aparatos de
comunicação para o estabelecimento de relações virtuais. Obviamente que, do
ponto de vista técnico, o ciberespaço demanda hardwares em interconexão no
formato de rede, além dos programas-softwares, que fazem possível a fluidez
informacional, explicita o autor. Apesar da NET ser o principal ambiente do ciberespaço,
devido a sua popularização e sua natureza de gigantesco hipertexto, o ciberespaço
também pode ocorrer na relação do homem com outras tecnologias, como celular,
pagers, comunicação entre rádio-amadores e por serviços do tipo “tele-amigos”,
por exemplo. (JUNGBLUT, 2004; GUIMARÃES JR., 1999).
Por mais trivial e cotidiano que nos pareça trocar e-mails,
atualizar um blog, twittar, compartilhar informações no facebook, enviar um
SMS, realizar chamadas telefônicas, comprar um produto online, aventurar-se em um jogo com um grupo de amigos, ou assistir
a um seriado na televisão ou no Youtube, é necessário e fascinante parar para
pensar onde e como ocorrem as partes intangíveis dessas interações, além das
telas dos computadores, e quão sólidas e perceptíveis são as consequências dessas
interações e da comunicação com o nosso mundo físico “de verdade”.
Abaixo, dois vídeos com trechos de um debate intitulado "Educar na Cultura Digital" ocorrido na Bienal de São Paulo, em 2010:
O Ciberespaço como espaço público:
O que é Cibercultura:
E para os que se interessarem pela leitura "paradidática", aqui segue o link para o livro Neuromancer, de William Gibson, no Scribd (é possível baixar o livro, mas talvez seja necessário fazer um cadastro no site):
Fontes/textos que valem a pena conferir:
É isso aí. Contato físico cada vez mais se transformando em contato virtual.
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