quarta-feira, 3 de agosto de 2011

O Não-lugar e seus lugares



Somos hoje identificados e caracterizados por informações simples compostas de números, como os documentos e cartões de crédito.

Nosso espaço urbano é diferente de antigamente, antes para pagar contas, comprar roupas, ou ainda resolver assuntos no banco, precisávamos ir a um centro urbano, enfrentar filas, e "perder tempo". Hoje com um clique, e vários números que informam nossa identidade podemos fazer tudo isso e muito mais. Não há necessidade de contar nossa história ou ainda informar nossas características pessoais. Isso é o que se chama de não-lugar.

Esses não-lugares são espaços de anonimato, não existe qualificação, ou algum tipo de caracterização. A quantidade de compras ou ainda a situação de seu crédito é que determinam quem ele é.

O tempo torna-se acelerado, e tudo vira informação.


Não-lugares e a nova sociedade...

Para Marc Augé, vivemos numa nova sociedade: a supermodernidade. E os Não-lugares ( espaços incapazes de formar identidades) fazem parte dela. Augé destaca algumas características principais dessa nova sociedade, o tempo, o espaço, e o individualismo exacerbado.
  • O tempo é acelerado. Neste mundo High Tech informações vem e vão com uma rapidez impressionante, logo perdemos a noção de tempo. Esse excesso a que somos submetidos torna muito difícil, senão impossível tentar organizar o mundo com o tempo.

  • A sensação de que o mundo encolheu é cada vez mais presente. Isso se dá devido ao enorme fluxo de informação, a troca cada vez mais frequente de bens e serviços( que trazem novidades em seus produtos cada vez mais rápido, o que faz produtos recém lançados serem trocados), a maior mobilidade social. Esta sensação de encolhimento provoca alterações na nossa percepção de espaço, gerando grandes concentrações nos centros urbanos, migrações e a produção de não-lugares(estações de trem, terminais de ônibus, aeroportos...)

  • Todos os fatores anteriores, causam um individualismo desprovido de identidade, pois enfraquecem a noção de coletividade. O que faz com que os não lugares se caracterizem por não serem relacionais, identitários, nem históricos. Ou seja, suas características pessoais não são importantes. É como se nos tornássemos iguais diante dessa diferença.


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