“Medianeras” é o típico filme que faz você pensar em várias coisas depois de assistir, principalmente na sua existência. Conta a história de duas pessoas super solitárias que moram em Buenos Aires, Martin e Mariana. O interessante do filme é que duas histórias caminham em paralelo e vemos tudo sabendo que em algum momento elas vão se cruzar. Tanto Martin quanto Mariana vivem em mundo extremamente restrito, evitando a socialização. Passam bastante tempo na frente de um computador e acabam se conhecendo virtualmente, sem saber que são quase vizinhos e que sempre andam nos mesmos lugares. No final das contas, se apaixonam.
Olhando rapidamente, a história pode parecer apenas uma crítica à sociedade atual e à globalização em geral, mas na verdade fala de solidão, medo, amor, esperança... Sentimentos que existem desde que o mundo é mundo, apenas foram modificados nas suas formas de expressão.
Fazendo uma ligação com o texto “Amor Líquido”, de Bauman, vivemos pela quantidade, não pela qualidade. Relações efêmeras são mais seguras, afinal não devemos nos apegar a ninguém, evitando assim uma possível futura decepção. Não é necessário conversar com alguém pessoalmente, já que podemos fazer isso pelas redes sociais. O problema é que cedo ou tarde o contato físico precisa vir à tona, como uma necessidade interna, e é aí que acabamos voltando às origens, mesmo que de forma singela. Vemos isso no filme quando Mariana ver Martin pela primeira vez, seu desespero, sua ansiedade, deixa mais do que claro que o que faltava era olho no olho, cheiro, tato.
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