segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Medianeras e sua relação com Bauman



“Medianeras” conta a história de duas pessoas solitárias ,Martín (Javier Drolas), designer preso a seu próprio mundo, e Mariana (Pilar López de Ayala), arquiteta frustrada com quase tudo na vida. Na verdade, Medianeras se revela uma trama dividida em duas histórias que correm em paralelo e que sabemos que, em algum momento, irão se cruzar.

“Amor Líquido: sobre a fragilidade dos laços humanos” destaca comportamentos do nosso dia a dia, com o que há de mais concreto na vida do homem moderno com suas relações de amor: a tecnologia. A discussão na obra de Bauman estende o conceito de “líquido” para as relações humanas na pós-modernidade: tudo se torna frágil, duvidoso, livre e inseguro. É exatamente isso que o filme mostra, as pessoas não conseguem mais ter um relacionamento estável, por medo ou ansiedade. O contato virtual se torna muito mais seguro do que o contado físico. É bem mais fácil e cômodo deixar de responder um email ou simplesmente não atender um telefonema do que chegar pessoalmente e dizer " não quero mais ter contato com você". 


Segundo Bauman, na sua forma “líquida”, o amor tenta substituir a qualidade por quantidade deixando assim em evidência a metáfora mais completa utilizada pelo roteiro do filme: A dos prédios, sua arquitetura caótica em relação a uma sociedade em constante mudança e pessoas tentando se adaptar à vida moderna. 

Em um mundo “líquido”, em rápida mudança, realizamos promessas que não podem ser cumpridas, temos que otimizar o tempo e diminuir os riscos. Mas, por outro lado, como se pode lutar contra as adversidades do destino sozinho, sem a ajuda de amigos fiéis e dedicados, sem um companheiro de vida? Apesar da movimentação do homem, ainda, precisamos de algo que nos deixe fixos e seguros.

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