Medianeras em seus
primeiros minutos faz uma reflexão sobre a arquitetura da cidade onde o filme
se passa: Buenos Aries. Mesmo não morando na capital Argentina, depois de ver
essa sequencia de imagens, passamos a
perceber mais a nossa cidade, é como se finalmente olhássemos para cima e percebêssemos
tudo que há nela.
Depois desses primeiro momento de observação entramos no
mundo de Mariana e Martin, dois jovens que vivem as angustias dessa tal “era
moderna” que se encaixa não só com o nosso estilo de vida mas também com uma
importante obra de Zygmunt Bauman, “Amor
Líquido”.
Bauman gosta de espalhar por aí que “O advento da proximidade
virtual torna as conexões humanas mais frequentes e mais banais, mais intensas
e mais breves”. Odeio admitir, mas ele está certo, tão certo que depois de ler
sua obra e ver o filme Medianeras é fácil perceber o que Bauman diz através do personagem
Martin.
Sua vida é descrita através das consequências de estar
sempre em casa, sempre conectado. E é a partir de sua perspectiva que esse
jovem rapaz nos faz perceber o quanto sua rotina afeta sua saúde, agrava sua insônia
e limita sua interação fora do virtual.
Apesar de morar em uma cidade rodeada de grandes construções
Martin prefere ficar em casa disputando espaço e interagindo com o seu universo
eletrônico, mas quando finalmente tem que sair de casa, para passear com o seu novo
companheiro de quarto, um cachorro, sua rotina muda completamente. E em um desses passeios com o seu novo “amigo”
ele conhece Mariana uma importante personagem desse mundo moderno que tem uma
história paralela mas mesmo assim conectada com Martin.
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