quarta-feira, 29 de agosto de 2012


Relacionamento: Virtual x Real, Sentir x Proteção, Presença x Ausência.

Neste texto pretendo fazer uma relação entre o filme “Medianeiras” e um texto de Zygmunt Bauman, do livro “Amor Líquido”.

ATENÇÃO: o texto contem espoiler.

O filme mostra uma cidade superlotada, uma metrópole, Buenos Aires, de tudo(prédios, anúncios, aparelhos eletrônicos, fios...), e por todos que lá vivem.
A história retrata o relacionamento nos tempos da realidade virtual.
Martin, um webdesigner, fumente, fóbico social em tratamento, começa a exercitar o Flanerismo[Flanerie(ver Momento de Cultura: “http://sociedadedeinformacaoetecnologias.blogspot.com.br/search?q=O+Olhar+Fl%C3%A2neur”, por recomendação psiquiátrica.
A namorada de Martin deixou uma cadela com ele, ao terminar o namoro. Isso o forçou a sair mais de casa, para deixar o animal mais feliz, pois este sofria do mesmo mal que ele, sociofobia.
Essa doença psíquica, a fobia, seja ela qual for, é mostrada no filme como algo comum em grandes metrópoles. Também é mostrado como ele é “cultivada” pelas pessoas. Zygmunt Bauman, diz: “Dentro da rede, você pode sempre correr em busca de abrigo quando a multidão a sua volta ficar delirante demais para o seu gosto.”
No filme a cena que melhor retrata esse caso, é um monologo de Martin, falando sobre como ele tem sociabilizado-se nos últimos anos, ou seja, via internet.
Martin conhece duas mulheres antes de Mariana, que lhe passam a mesma “mensagem” de vida, “desapegue-se de alguém”. Pois Martin procura alguém para acabar com sua solidão, usando as redes sociais, e mesmo usando essas ferramentas ele não consegue achar ninguém.
Sobre esse “desapegar-se”, Zygmunt Bauman fala a respeito desse “não se envolver”, usando as redes sociais.
Zygmunt Bauman, também fala sobre a utilização do celular para que você possa “estar” presente, mesmo estando “ausente”. E isso é retratado de forma clara no filme, quando Martin encontra a primeira mulher, que recebe mensagens de uma outra, e dá o “fora” nessa virtualmente.
Zygmunt Bauman discorre também sobre a temática do “sentir”, versos, a “proteção”. Ele fala sobre a facilidade que as pessoas tem de evitar as outras e apaga-las devido as novas tecnologias, a cena que melhor retrata esse momento é a cena em que Mariana apaga as fotos do seu ex-namorado, após 4 anos de namoro.

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