sábado, 25 de agosto de 2012

Vivendo o desapego.


O filme Medianeras conta a história de Martin e Mariana. Dois jovens que não conseguem desenvolver relações ‘reais’ de afeto com outras pessoas. Vivem no ‘mundinho’ deles, com seus costumes, mania e aflições. Eles sempre se desencontram e o único contato que eles têm é por meio da internet. Eles estão tão perto e ao mesmo tempo tão distantes. 

Martin e Mariana retratam muitos de nós. Hoje nós somos dependentes da internet. No começo do filme, aparece Martin fazendo tudo pela internet. Compras, ir ao banco, ler revistas e jornais, tudo sem sair de casa. Realizar essas ações já virou rotina na vida do mundo modernizado. Para Bauman, isso não vai mudar. Sempre vamos procurar o que fazer na internet até quando não temos mais o que fazer. Sempre iremos procurar alguém para conversar, nem que para isso ser realizado, tenhamos que vascular toda a lista de contatos. 

No filme, é visível o lado psicológico dos personagens. Eles se demonstram altamente depressivos, frágeis. E é isso que acontece com muitas pessoas atualmente. As pessoas estão cada vez mais solitárias. Mesmo com uma grande rede de amigos, a solidão é presente na vida dos dependentes das relações virtuais. 

“A proximidade virtual e a não virtual trocaram de lugar: agora a variedade virtual é que se tornou a ‘realidade’ “. Essas palavras de Bauman, tiradas do texto ‘Amor Líquido’, descrevem perfeitamente a relação de Martin e Mariana. A relação virtual deles é mais forte do que a física. Aliás, é a única relação que eles têm. Já que eles não têm uma relação real, nunca se encontraram, e nem imaginam que moram tão perto.  A proximidade real não importa para eles, o que importa é a conexão virtual que eles estabelecem. 

No final do filme, ao estabeleceram um contato físico, acontece justamente o que Bauman diz, que as conexões humanas são mais intensas. A cena deixa isso bem claro. Quando Mariana reconhece Martin, ela se mostra desesperada, e vai ao encontro dele. Ficou bem clara a necessidade do contato físico que ela tinha a necessidade de ter.

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