sábado, 2 de março de 2013

Análise do filme “Medianeiras” - Marcus Vinicius

Todo o filme é uma análise das relações humanas em Buenos Aires, situação que pode ser reproduzida em qualquer grande capital contemporânea. Em vários momentos é possível encontrar ligações com o texto do Bauman. Os dois protagonistas, Martin e Mariana, jovens que são um retrato da sociedade atual, possuem várias características encontradas no texto: eles têm dificuldades em se relacionar com outras pessoas, as suas relações são flúidas e pouco consistentes, estão sempre conectados virtualmente mas quase nunca presencialmente, etc.

Em uma passagem, Martin fala: “A internet me aproximou do mundo mas me distanciou da vida”. Ele, assim como Bauman, quer dizer que as conexões virtuais lhe oferecem milhões de possibilidades, sendo praticamente impossível se prender a uma única, você tem sempre outra opção, passando assim uma falsa sensação de segurança e estabilidade. Nas relações presenciais essas possibilidades de substituição são muito mais distantes, alternativas para o que der errado são muito dispendiosas.

O momento em que os dois se conhecem é uma curiosa metáfora do que está presente no texto. Naquele momento eles já estavam se comunicando e se conhecendo, mas apenas de forma virtual, o contanto pessoal entre os dois acontece apenas quando falta energia, quando eles se “desconectam”.



"Aos que se mantêm à parte, os celulares permitem permanecer em contato. Aos que permanecem em contato, os celulares permitem manter-se a parte" Bauman. Este vídeo, anúncio de uma empresa japonesa, ilustra perfeitamente essa citação de Bauman a fala de Martin citada anteriormente. Enquanto o indivíduo se aproxima, de maneira inconssistente de muitos, de ditancia de outros, que poderiam oferecer relações mais próximas.

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