terça-feira, 5 de março de 2013

Cada um no seu quadrado


Sabe aquela sensação de estar em uma sala lotada, mas mesmo assim, você sente que está sozinho? Estamos todos conectados, mas pouco nos comunicamos. O filme Medianeras é o reflexo da nossa sociedade, ele retrata a nossa historia através de dois personagens: Martin e Mariana.


Mariana e Martin vivem sozinhos num pequeno apartamento em Buenos Aires. São vizinhos de prédio, se encontram em vários momentos no filme, mas nunca se olharam. Cada um cego por sua solidão. Ambos vivem seus dilemas: Martin abandonado pela namorada e Mariana que namorou por um longo tempo uma pessoa, mas mesmo assim, sentia que estava sozinha em um relacionamento.

“Não se deixe apanhar. Evite abraços muito apertados. Lembre-se de que, quanto mais profundas e densas suas ligações, compromissos e engajamentos, maiores seus riscos, Bauman”. Talvez seja esse o motivo de Mariana e Martin sempre se manterem distantes de todos. Já haviam dado abraços muito apertados em pessoas que os magoaram, e se manter distante, talvez, fosse o melhor remédio.

O filme é maravilhoso, mas duas cenas me chamaram bastante a atenção. Primeiro : Martin contrata uma pessoa para passear com o seu cachorro, e começa explicar que o cachorro não gosta de contatos com outros animais. O engraçado é que ele esta falando dele mesmo.  A segunda cena: Martin sentado ao lado da garota (que eu não sei o nome) que passeia com os cães e simplesmente, ela não solta o celular por nada. O que  lembra muito uma frase do texto do Bauman: Com  tempo suficiente, os celulares treinariam os olhos a olhar sem ver. Ao ler essa frase, não recordo só de uma cena do filme, mas lembro de muitas cenas vivenciadas por nós. Estamos totalmente condicionados pelos nossos celulares. Não falamos olhando para um amigo, é mais comum mandar uma mensagem nos WhatsApp e evitar abraços muito apertados.


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