Sabe aquela sensação de estar em
uma sala lotada, mas mesmo assim, você sente que está sozinho? Estamos todos
conectados, mas pouco nos comunicamos. O filme Medianeras é o reflexo da nossa
sociedade, ele retrata a nossa historia através de dois personagens: Martin e
Mariana.
Mariana e Martin vivem sozinhos
num pequeno apartamento em
Buenos Aires. São vizinhos de prédio, se encontram em vários
momentos no filme, mas nunca se olharam. Cada um cego por sua solidão. Ambos vivem
seus dilemas: Martin abandonado pela namorada e Mariana que namorou por um
longo tempo uma pessoa, mas mesmo assim, sentia que estava sozinha em um
relacionamento.
“Não se deixe apanhar. Evite
abraços muito apertados. Lembre-se de que, quanto mais profundas e densas suas
ligações, compromissos e engajamentos, maiores seus riscos, Bauman”. Talvez
seja esse o motivo de Mariana e Martin sempre se manterem distantes de todos. Já
haviam dado abraços muito apertados em pessoas que os magoaram, e se
manter distante, talvez, fosse o melhor remédio.
O filme é maravilhoso, mas duas
cenas me chamaram bastante a atenção. Primeiro : Martin contrata uma pessoa
para passear com o seu cachorro, e começa explicar que o cachorro não gosta de
contatos com outros animais. O engraçado é que ele esta falando dele mesmo. A segunda cena: Martin sentado ao lado da
garota (que eu não sei o nome) que passeia com os cães e simplesmente, ela não
solta o celular por nada. O que lembra
muito uma frase do texto do Bauman: Com tempo suficiente, os celulares treinariam os
olhos a olhar sem ver. Ao ler essa frase, não recordo só de uma cena do
filme, mas lembro de muitas cenas vivenciadas por nós. Estamos totalmente condicionados
pelos nossos celulares. Não falamos olhando para um amigo, é mais comum mandar uma
mensagem nos WhatsApp e evitar abraços muito apertados.
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