terça-feira, 5 de março de 2013

Tão longe e tão perto

O filme Medianeiras abre os olhos da sociedade e sua relações interpessoais. No início do filme, os dois personagens principais vão se apresentando intercaladamente, em um dos flashs, Martin diz que a internet, seu objeto de trabalho, o distanciou do mundo ao mesmo tempo que o aproximou e é sobre esta reflexão que o filme trabalha. À medida que a história vai surgindo, nós percebemos o quanto as relações "reais" estão futilizadas. Os personagens não valorizam o "corpo a corpo", as relações ao vivo. Por muitas vezes, o casal protagonista pôde se conhecer e iniciar sua relação, porém ambos, já imersos no mundo virtual e "particular", distanciam-se como se tivessem medo do que a vida guarda para eles. É como se seguissem ao pé da letra o conselho de Bauman: "Não se deixe apanhar. Evite abraços muito apertados. Lembre-se de que, quanto mais profundos e densas suas ligações, compromissos e engajamentos, maiores os seus riscos." Em resumo, a tecnologia nos aproximou do que estava longe e nos distanciou do que estava perto. Esta temática é inclusive discutida em algumas músicas, como o caso do Labo Bê, do Scracho: "Tudo se acelera na era da informação, as relações, os costumes, a alegria e a solidão. O tempo é mais curto, a distância é mais curta, porém muito se fala e pouco se escuta. É querer abraçar o mundo com o seu coração. Mas calma é o processo, o caminho, a depuração. De 6 bilhões de almas que aspiram por ela, na busca sublime que dá sentido à vida, ela tudo contém, mas em nada está contida." Segue o vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=eWStn8dD6PA

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