terça-feira, 5 de março de 2013

Sobre relacionamentos na Era da Tecnologia

Esses dias estava sentada em uma livraria tomando meu café expresso, e entre um gole e outro parei para observar um casal que estava sentado na mesa ao lado. Estava diante de uma cena comum e característica dos novos tempos: um casal convivendo estupidamente calado, cujos corpos estavam presentes e as mentes certamente mergulhadas no infinito universo dos smartphones.
No texto Amor líquido, Baulman diz que "a relação mais importante da proximidade virtual parece ser a separação entre comunicação e relacionamento" somos responsáveis por acharmos que 140 caracteres são suficientes para acelerar o coração de alguém, somos autores diários desses amores sem texto e sem gosto, que se alimentam do toque de teclas, e não de lábios.
Vimos como exemplo no filme Medianeiras, uma cena em que o Martin ao encontrar com a moça dos cachorros, eles se relacionam sexualmente, mas não trocam palavras e idéias, não tem um diálogo. Não é a toa que quando eles vão ao segundo encontro eles não conseguem conversar, só escutam música e esperam o tempo passar.
O texto e o filme mostram pra gente o quanto as relações andam superficiais, andamos rápido, de cabeça baixa, cada um no seu mundo particular, e estamos deixando o afeto passar com facilidade. Não acho que devemos deixar a tecnologia de lado, mas uma coisa eu digo: nem o maior dos cientistas será capaz de descartar a mistura de dois corpos quando o intuito é o contato real. Prestem atenção gente, talvez vocês não estejam percebendo o quanto as plataformas tecnológicas feitas para aproximar esteja distanciando a sua pele da dele(a).


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Maira Gall