O NOVO MUNDO - O MUNDO VIRTUAL
Conectar ou desconectar? Eis a dúvida. Ao ler o estudo e assistir
o filme, veio na minha mente, o que será o mundo daqui há 10anos? Conseguiremos
sobreviver nessa nova vida? E o tocar, será substituído por mãos robotizadas?
Tanto o estudo de Bauman e Medianeras, tem uma junção, e nessa junção serve de
alerta para todos nós. Amor líquido relata o seguinte:
"Aos que se mantêm a
parte, os celulares permitem permanecer em contato. Aos que permanecem em
contato, os celulares permitem manter-se à parte..."
E assim o filme
interliga totalmente a realidade e o perigo que enfrentamos justamente com que
Bauman diz.
Durante o filme, comecei a enxerga coisas de cotidianos.
Todo mundo passa por pessoas desconhecidas nas ruas e ninguém olha um para o
outro. E claro, viver profundamente ao trabalho, esquecendo-se do que é o mais
importante, viver. No filme, uma cena me chamou atenção. Um cachorro. Ao ver
seu dono trabalhar arduamente e viver conectado em um mundo que os animais não possam
ter a internet, o pobre cachorro se suicida ao se jogar de uma varanda, pois, simplesmente,
o cachorro fica sempre ali, naquele espaço, sem nenhum contato com outros
animais e preferiu sair da solidão e definir seu rumo, a morte.
Nós jovens
antigamente se reunimos em praças públicas, encontro em shoppings, festas e
etc. E hoje, escolhemos vivenciar através de facebooks, twittes, whatsapp e por
ai vai. Por isso, segundo estudos, as doenças como depressão e obesidade serão
maiores do que é hoje, por iniciarmos essa rotina que vem passando de geração a
geração.
Outra cena interessante no filme. Martin, ao vivenciar
profundamente no mundo virtual, ele escolheu um dia para sair com sua
cachorrinha Susu. E todo desconcertado, não conseguia galantear a adestradora
de cães que a conheceu na porta de sua casa e em uma praça. Já Mariana,
demonstra tanta a solidão, que a necessidade de ficar conectado e trabalhar
exageradamente, fez com que ela perdesse o contato real com pessoas, e seu
ex-namorado e chegar ao ponto de fazer sexo com um manequim. Tanto Martin e
Mariana serem vizinhos, não precisavam ter grandes obstáculos, apenas um
computador os separavam. Como em um trecho de Bouman, que a solidão, não
precisa ter obstáculos no caminho, apenas compartilhar em um celular já
interliga o eu e você (no filme, Martin e Mariana).
“A solidão por trás da porta fechada de um quarto com um
telefone celular à mão pode parecer uma condição menos arriscada e mais segura
do que compartilhar o terreno doméstico comum.”
“... a proximidade virtual ostenta características que, no
líquido mundo moderno, podem ser vistas, com boa razão, como vantajosas, mas
que não podem ser facilmente obtidas sob as condições daquele outro
tête-à-tête, não virtual...”.
Se acontecer de viver em um mundo dessa forma, vamos ser
igual à Mariana com seu livro (cena do filme). Ela consegue ver pessoas das
quais nem sabe quem são. Mesmo com uma lupa, ela continua a procurar a última
pessoa (teoricamente seu amor) do livro, mas não consegue. E simplesmente a
última pessoa estava praticamente do seu lado, a 200 metros. E assim ela
consegue a última pessoa do seu livro e seu amor, mas para isso, ela tinha que
ser tocada por uma mão robotizada, o mundo virtual.
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