Quando você começa a assistir ao filme “Medianeras”, de cara
você já percebe as semelhanças com o texto de Bauman, Amor Líquido. Logo no
começo do filme quando o protagonista, Martín, fica em frente ao computador
conectado a muitas redes sociais, e descreve como ele se sente em relação a
isso, é impossível não lembrar um trecho do texto que diz:
“Dentro da rede, você pode sempre correr em busca de abrigo
quando a multidão à sua volta ficar delirante demais para o seu gosto.”
No decorrer do filme, a Co-protagonista Mariana, também se
encaixa a esse trecho. E em questão de minutos, outras semelhanças aparecem, e
é possível identificar o texto nas cenas seguintes.
“Quando a qualidade o
decepciona, você procura a salvação na quantidade.”
Quando Martín é abandonado pela namorada (qualidade), ele
começa a se envolver com várias outras garotas (quantidade), através de
mensagens de textos e das redes sociais, o que demonstra outra parte do texto:
“Não se deixe apanhar. Evite abraços muito apertados. Lembre-se de que, quanto
mais profundas e densas suas ligações, compromissos e engajamentos, maiores os
seus riscos.”
Quando Martín descreve como ele se sente ao jogar videogame
e como de certa forma ele entra para aquele mundo, percebemos a semelhança
sobre a proximidade virtual e a proximidade não- virtual citada no texto.
E
enfim, o momento que mais me chamou atenção em todo o filme, o fato de não conhecermos nossos vizinhos. Martín e Mariana são vizinhos, mas não se conhecem. Em muitos momentos
do filme eles se cruzam, mas não se conhecem, ou melhor, não se reconhecem. E
adivinha como eles conseguem essa aproximação? Exatamente! Trocando mensagens pela internet.
E
pra finalizar, Bauman diz que não conhecemos as próprias pessoas com quem
dividimos o mesmo teto.
“A solidão por trás da porta fechada de um quarto com um
telefone celular à mão pode parecer uma condição menos arriscada e mais segura
do que compartilhar o terreno doméstico comum.”
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