quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Filme Medianeras x Amor Líquido



Quando você começa a assistir ao filme “Medianeras”, de cara você já percebe as semelhanças com o texto de Bauman, Amor Líquido. Logo no começo do filme quando o protagonista, Martín, fica em frente ao computador conectado a muitas redes sociais, e descreve como ele se sente em relação a isso, é impossível não lembrar um trecho do texto que diz: 

“Dentro da rede, você pode sempre correr em busca de abrigo quando a multidão à sua volta ficar delirante demais para o seu gosto.” 

No decorrer do filme, a Co-protagonista Mariana, também se encaixa a esse trecho. E em questão de minutos, outras semelhanças aparecem, e é possível identificar o texto nas cenas seguintes. 

 “Quando a qualidade o decepciona, você procura a salvação na quantidade.” 

Quando Martín é abandonado pela namorada (qualidade), ele começa a se envolver com várias outras garotas (quantidade), através de mensagens de textos e das redes sociais, o que demonstra outra parte do texto: 
“Não se deixe apanhar. Evite abraços muito apertados. Lembre-se de que, quanto mais profundas e densas suas ligações, compromissos e engajamentos, maiores os seus riscos.” 

Quando Martín descreve como ele se sente ao jogar videogame e como de certa forma ele entra para aquele mundo, percebemos a semelhança sobre a proximidade virtual e a proximidade não- virtual citada no texto.

E enfim, o momento que mais me chamou atenção em todo o filme, o fato de não conhecermos nossos vizinhos.  Martín e Mariana são vizinhos, mas não se conhecem. Em muitos momentos do filme eles se cruzam, mas não se conhecem, ou melhor, não se reconhecem. E adivinha como eles conseguem essa aproximação? Exatamente! Trocando mensagens pela internet. 

E pra finalizar, Bauman diz que não conhecemos as próprias pessoas com quem dividimos o mesmo teto. 

“A solidão por trás da porta fechada de um quarto com um telefone celular à mão pode parecer uma condição menos arriscada e mais segura do que compartilhar o terreno doméstico comum.”

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