quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

O nosso amor líquido


Você está apaixonado por alguém?  Quem é o seu amor hoje? Ao ler o texto Vida Líquida, de Bauman, percebemos que os amores da nossa sociedade são outros bem diferentes dos triviais.  Posso dizer que um dos nossos grandes amores é a conectividade: o amor de estar conectado a tudo e a todos. O filme, Medianeiras, do diretor Gustavo Taretto, mostra um trecho, em que o personagem principal resolve todos os seus problemas por meio da internet, desde a compra de alimentos e de objetos até a busca por diversão e por sexo. Para o protagonista, estar conectado é ter tudo ao seu alcance.


As pessoas estão cada vez mais se apaixonando e se desapaixonando. No texto, Bauman comenta sobre as relações cada vez mais rasas e superficiais e, assim como o texto, o filme expõe uma cena, na qual os relacionamentos, também, são tidos como bastante passageiros: o personagem principal conhece uma moça, que passeia com cachorros, e, logo no primeiro encontro, eles se relacionam sexualmente, mas depois se despedem, como se nada tivesse ocorrido ou como se não se conhecessem. Isso nos faz pensar que somos descartáveis: usamos o que precisamos para satisfazer nossos desejos e nossas “necessidades”, sem dar atenção ao que pode ser muito mais profundo, em virtude do bombardeamento de informações pelos quais somos atingidos. Bauman afirma que a sociedade do mundo moderno dá mais importância a quantidade de relacionamentos do que a qualidade deles.
Hoje, podemos perceber que tudo está muito ligado à tecnologia, a qual surgiu com o intuito de facilitar a troca de informação e de aproximar as pessoas; ela une quem está longe, mas afasta quem está perto. Dessa forma, as pessoas estão desaprendendo a se relacionar com os outros no mundo “real”, uma vez que tudo está tão ligado ao virtual, que acabamos nos portando de acordo com o ambiente em que nos encontramos.
Tanto o filme, quanto o texto, permite-nos perceber claramente a ideia de proximidade e de afastamento. Muitas vezes, as pessoas moram próximas, porém nunca se viram; conhecessem-se, mas só dialogam através da internet. Há, portanto, um profundo desconhecimento sobre o que é real e um conhecimento somente no que é virtual.



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