Você está apaixonado
por alguém? Quem é o seu amor hoje? Ao
ler o texto Vida Líquida, de Bauman,
percebemos que os amores da nossa sociedade são outros bem diferentes dos triviais.
Posso dizer que um dos nossos grandes
amores é a conectividade: o amor de estar conectado a tudo e a todos. O filme, Medianeiras, do diretor Gustavo Taretto,
mostra um trecho, em que o personagem principal resolve todos os seus problemas
por meio da internet, desde a compra de alimentos e de objetos até a busca por diversão
e por sexo. Para o protagonista, estar conectado é ter tudo ao seu alcance.
As pessoas estão cada
vez mais se apaixonando e se desapaixonando. No texto, Bauman comenta sobre as
relações cada vez mais rasas e superficiais e, assim como o texto, o filme expõe
uma cena, na qual os relacionamentos, também, são tidos como bastante
passageiros: o personagem principal conhece uma moça, que passeia com cachorros,
e, logo no primeiro encontro, eles se relacionam sexualmente, mas depois se
despedem, como se nada tivesse ocorrido ou como se não se conhecessem. Isso nos
faz pensar que somos descartáveis: usamos o que precisamos para satisfazer
nossos desejos e nossas “necessidades”, sem dar atenção ao que pode ser muito
mais profundo, em virtude do bombardeamento de informações pelos quais somos
atingidos. Bauman afirma que a sociedade do mundo moderno dá mais importância a
quantidade de relacionamentos do que a qualidade deles.
Hoje, podemos perceber
que tudo está muito ligado à tecnologia, a qual surgiu com o intuito de
facilitar a troca de informação e de aproximar as pessoas; ela une quem está
longe, mas afasta quem está perto. Dessa forma, as pessoas estão desaprendendo a
se relacionar com os outros no mundo “real”, uma vez que tudo está tão ligado
ao virtual, que acabamos nos portando de acordo com o ambiente em que nos
encontramos.
Tanto o filme, quanto o
texto, permite-nos perceber claramente a ideia de proximidade e de afastamento.
Muitas vezes, as pessoas moram próximas, porém nunca se viram; conhecessem-se,
mas só dialogam através da internet. Há, portanto, um profundo desconhecimento sobre
o que é real e um conhecimento somente no que é virtual.
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