Tudo a que se refere Bauman no começo do texto estudado, do
livro Amor Liquido, esta muito bem retratado no filme Medianeras. O crescimento
desordenado das cidades, o surgimento da cidade pós-moderna, e o medo do
personagem Martin do desconhecido, desse lugar do qual ele acredita não fazer
parte, faz com que o filme se revele como uma perfeita tradução do texto.
No decorrer da história dos dois personagens do filme, vemos
as palavras de Bauman se confirmarem. O fato de Martin ter a sensação de sentar-se
na frente do computador e jamais ter levantado, assim como suas palavras ao
dizer que a internet o aproximou do mundo e o distancio da vida, e a relação de
Mariana com seu celular pode ser bem representada pelo seguinte paragrafo do
texto de Bauman.
Dentro da rede, você pode sempre
correr em busca de abrigo quando a multidão a sua volta ficar delirante demais para
o seu gosto. Graças ao que se torna possível desde que seu celular esteja escondido
em segurança no seu bolso, você se destaca da multidão – e destacar-se é a
ficha de inscrição para o sócio, o termo de admissão nessa multidão. (Zygmunt,
Bauman, 1925 – Amor liquido: sobre a fragilidade dos laços humanos – in:
Communitas em oferta p.79)
Outro fato que chama a atenção,
que esta presente no filme e no texto, são as características dos
relacionamentos. As relações de Martin eram como as relações descritas por
Bauman, intimas, mas ao mesmo tempo distantes, passageiras, fluidas. Martin tem
medo de se relacionar, assim como Mariana, eles não olham nos olhos um do
outro, aspecto que bauman também aborda em seu texto. Martin tem todas as
perguntas e respostas programadas ao conhecer ou conversar com alguém pela
internet ou por telefone e qualquer frase que ele acredite estar entrando
demais no mundo real é rapidamente descartada.
Podemos, portanto concluir que em
termos de estudo, o livro e o filme se completam, ao passo que um traduz o
outro de forma que possamos observar certos comportamentos no nosso dia-a-dia
que nos confirmam as teorias estudadas.
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