quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Medianeras x Amor Líquido



                 Medianeras



Há tempos atrás, existia certo padrão de vida. Não no que se refere aos recursos financeiros, mas a um modelo de trajetória a ser percorrida. Terminavam-se os estudos, talvez trabalhando já a partir do ensino médio ou superior. Depois era comum constituir uma família. Tudo em uma idade aproximada entre 25 e 30 anos.
 No filme Medianeras conta a história de duas pessoas que passam a viver em um mundinho apenas deles, o mundo virtual. Mundo no qual acham natural fazer suas atividades e necessidades do cotidiano.
Mariana e Martin enfrentam as crises da atualidade: o insucesso profissional e amoroso, a sensação de diluição na multidão, a síndrome do pânico, a fragilidade das relações.

Martin pronuncia uma frase de efeito, como um slogan do lado negativo da conectividade:  
"a internet me aproximou do mundo, mas me afastou da vida".
 
A vida digital não é mais apenas uma extensão da vida “normal”, tampouco é outra vida. Ela já é parte integrante e constante da vida.
 
 
 
Os laços afetivos são também comprometidos. É possível reconhecer traços do amor líquido teorizado por Zygmunt Bauman. Vemos Martin marcando encontros pela internet em sites de relacionamento como o popular Par Perfeito. Online, o que ocorre, de fato, é uma relação de perfis, que mostram suas melhores fotos, seus interesses, onde estudou, as línguas que fala, os filmes e livros favoritos... Enfim, informações para alimentar o matchmaking (alinhamento de afinidades dos usuários).
 Coisa que hoje em dia é fundamental para se conhecer alguém mais "profundamente". 
A sociedade acaba obrigando o cidadão a viver na era digital, em uma individualidade absurda, grande parte das atividades que são exercidas no decorrer do nosso dia são atividades que podemos e até preferimos fazer sozinhos. Com isso acabamos nos distanciando mais e mais do "Mundo" aqui fora. Vivemos a cada dia um mundo novo, cheio de novas sensações e novas " gírias" , novas manias e novas formas de enxergar o outro. Vivemos amores que achamos ser pra vida inteira, fazemos amizades que dividimos momentos intensos e da noite pro dia, buscamos viver tudo isso de novo mais mudando os personagens, novos amores, novos amigos e assim acabamos nos tornando pessoas vazias e egoístas.
 

Nenhum comentário

Postar um comentário

© SITe
Maira Gall