Apesar da expressão “Primavera Árabe” nos remeter a beleza da primavera, seu significado é, na realidade, bem mais complexo e sangrento. A expressão é atribuída a onda de protestos no mundo árabe* de 2010 à 2012. Os protestos, feitos inicialmente através de greves, passeatas e comícios, eram uma manifestação contra a ditadura e às péssimas condições de vida causada pelo desemprego. As manifestações desencadearam verdadeiras guerras civis, causando centenas de mortes em cada país.
Tudo começou na Tunísia no final de 2010, quando um jovem vendedor tunisiano chamado Mohamed Bouazizi ateou fogo no próprio corpo como forma de manifestação contra o governo. A morte do jovem causou comoção na Tunísia e inspirou a população a realizar protestos que levaram a queda - apenas 10 dias depois - do ditador tunisiano Ben Ali, que estava no poder desde 1987. Com a queda de Ben Ali, os países vizinhos se motivaram a também iniciar seus protestos contra o governo. Em pouco tempo as manifestações se espalharam e tomaram conta do mundo árabe. Os protestos resultaram na derrubada vários chefes de Estado, e até a morte do presidente da Líbia, Muammar al-Gaddafi, morto com um tiro na cabeça após ser capturado e torturado por rebeldes. Vários líderes políticos do mundo árabe renunciaram ou comunicaram a intenção de renunciar ao poder.
A Primavera Árabe ainda não chegou ao fim, e ao que tudo indica, ainda permanecerá por um tempo. E mesmo com todas as mudanças desencadeadas pelos protestos, os países ainda passarão por diversas reformas políticas, pois ainda precisam superar décadas de ditadura, construindo confiança no Estado para desenvolver os países economicamente e construir uma justiça social.
Pra quem se interessou sobre o assunto, segue abaixo o link de um especial feito pela TV Cultura sobre a Primavera Árabe.
*O mundo árabe refere-se ao conjunto de países que falam árabe. É constituído por 22 países: Árabia Saudita, Argéria, Bahrein, Comores, Djibouti, Egito, Emirados Árabes Unidos, Lêmen, Iraque, Jordânia, Kuwait, Líbano, Líbia, Marrocos, Mauritânia, Omã, Palestina, Catar, Saara Ocidental, Síria, Somália, Sudão e Tunísia.
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