Medianeras e Amor Liquido
Que
tal desconectar para conectar? Acho que esse o objeto de estudo do livro da
Bauman e o filme Argentino, os dois trazem questionamentos dos nossos atuais
costumes quando se trata de conexões com o mundo virtual, o que está deixando
de ser virtual e passando a interferir no nosso cotidiano? Conseguimos
sobreviver somente no mundo virtual? Estamos trocando relações de cara a cara
por relações “skypianas” ou “facebooquianas”?
Pra
quem conseguiu assistir o filme deve ter se questionado, pelo menos em algum
minuto, se a sua vida tinha algo a ver com o personagem principal Martin, homem
com fobia de ser humano que mora em um minúsculo apartamento da caótica Buenos Aires
com sua cachorrinha Susu e que se isola do mundo. Eu me perguntei, se os
questionamentos colocados no livro Amor Liquido, onde afirma que não conseguimos
ficar longe do nosso celular, que o levamos para todos os lugares, coisa que
vale ressaltar, ele escreve em 2003, antes mesmo do boom da conexão móbile, se
pareciam com minha vida, canso se ficar na fila do banco e pegar meu celular,
ou quando estou esperando alguma amiga no meu bar favorito, aquele aparelho tão
cheio de funções não me deixa só, nem muito menos constrangida por estar num
bar sozinha esperando alguém, me sinto salva, ótima pedida pros tímidos, coisa
que não é o meu caso.
Vamos
seguindo, com nossos hábitos, com nossos novos costumes, confraternizando com
quem mesmo longe se parece tão perto. Diziam que com a chegada da televisão o
rádio iria acabar, com a chegada da internet a televisão iria acabar, e agora
com a disseminação da internet mobile vai acabar as relações pessoais, dando
origem a relações somente virtuais. Particularmente acho muito futurista, não
vejo, pelo menos com meus amigos, alguém deixando de sair pra ficar na frente
do computador confraternizando com outros seres virtuais. Vejo sim pessoas
saindo e compartilhando momentos com quem ali não estão, porém só resta esperar
pra saber onde tudo isso vai terminar.
Filomena França
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